
CILENE PICCOLO
CILENE PICCOLO

SOBRE VIVÊNCIA
Prezado Leitor, você terá contato semanalmente com temas sobre 'a vida, razão e sentimentos', com a autora Cilene Cristina S. Piccolo.
Cilene Piccolo é natural de Araçatuba (carioca de coração); professora do Ensino Fundamental, com especialização em pré-escola; secretária, mãe, avó; escritora por amor à Literatura. Considera-se um ser em construção, aberta a novos conhecimentos, trocas e interações. Ama livros, boa música, amizades e liberdade. Apaixonada... pela vida!
-- Acompanhe de perto...
OLHAR NA MESMA DIREÇÃO
Às vezes, fatos ocorrem em nossas vidas, para nos mostrar o verdadeiro valor do que vivemos.
Sabemos que a vida a dois, não é e nunca foi fácil.
Passamos por estágios de adaptações e ajustes. O convívio cotidiano vai, gradativamente, moldando nosso jeito de ser ao outro. Não que devamos anular-nos, a palavra correta é 'ajustar-nos'.
Somos indivíduos criados em ambientes diferentes, por pessoas diferentes, culturas diferentes e meio social diferente e não será do dia para a noite que tudo ficará perfeito e harmônico.
Um vídeo que assisti do pastor Cláudio Duarte, condiz muito com a situação. Ele narra o seguinte: "Para que você consiga viver bem com quem escolheu, é necessário 'tolerar' o jeito de ser, os defeitos da outra pessoa. Se conseguir tolerar, já é o suficiente. Pois, se tudo que o outro faz, te incomoda, te deixa desconfortável e considera inaceitável, então, é melhor que não prossiga". Achei muito pertinente a fala dele. Ele acrescentou: "Se ele cresceu em um lar onde as contas eram sempre pagas atrasadas, isso torna-se normal. Se ela cresceu em um lar, onde seu genitor sempre pagou as contas adiantadas ou em dia, isso torna-se normal. Portanto, se tal situação incomoda ao parceiro ou parceira, automaticamente, torna-se anormal. Isso com o tempo, vai acarretar problemas". Concluo, então, que ao escolher alguém para a vida toda, devemos observar e pensar se vale a pena permanecer, apesar das diferenças. Para que no futuro a relação não se desgaste, nem perca o propósito. O amor, por si só, não segura a união. É necessário o respeito, a compatibilidade, a empatia, saber ouvir, a compreensão mútua e principalmente, viver um dia de cada vez.
O diálogo é essencial, mas um diálogo participativo, onde ambos possam falar, serem ouvidos e juntos chegarem a um senso comum.
Todas as fases do relacionamento devem ser vividas com paciência e sabedoria. Carinho, afeto, muitos abraços e beijos. O conjunto da obra perfeita que é o amor. Uma das melhores experiências que podemos ter em nossa existência.
Não é fácil, mas não é impossível.
Olhar na mesma direção dia após dia, até que a "morte" os separe. Não é piegas, é a essência mais profunda que podemos viver.
"O amor não consiste em olhar um para o outro, mas sim em olhar juntos na mesma direção." - Antoine de Saint-Exupéry (03/11/2025)
SUPERAR A SI MESMO
Em toda nossa existência, há obstáculos a serem vencidos.
Algumas pessoas dizem que quem nasceu financeiramente abastado, não passa por dificuldades. Sim, passa.
Porém, quem nasceu sem muitos recursos, de família humilde e em meio social hostil, passa muito mais.
Dizer que onde vivemos não influencia nosso caráter é balela.
Uma criança que possui pai, mãe e recebe amor, carinho e cuidado tem maiores chances de se tornar um adulto mais seguro, feliz e dinâmico.
Uma criança criada sem uma estrutura familiar, em meio à violência e a negligência e com parcos recursos financeiros, tende a ser um adulto problemático, frustrado e afetado psíquica e moralmente.
Esperar pela assistência do Estado, é uma utopia. É mais fácil a sociedade tomar as providências cabíveis.
Nesse mesmo contexto, encontramos os "guerreiros" (as). Aqueles que se envolveram na marginalidade, no uso de substâncias ilícitas, trocaram o caderno e a caneta por armas... E quando passam a enxergar a crua realidade que vivem, desejam sair e reconstruir-se.
Quando chegam ao fundo do posso, onde não há para onde ir, ou quem lhes estenda a mão, bate a angústia e o desespero. Nesse momento nasce a superação, a vontade de ser diferente, ser melhor e criar uma realidade condizente com o merecimento individual.
Amo histórias assim. Isso me motiva a também buscar o melhor. Tomei ciência da história de Mike Tyson e soube o quanto a vida dele foi difícil.
Esteve no auge e conheceu o declínio e a ausência da liberdade. Superou a si mesmo, pois o cansaço, o desalento e descrédito o impulsionaram. Era campeão mundial, possuía fama e fortuna. Envolveu-se em escândalos, polêmicas e devassidão. Até perder sua filha de apenas quatro anos. Creio ter sido a pior fase. Até que ele tomou coragem e começou a se reerguer. Certeza de que não foi fácil e não houve mão estendida para resgatá-lo.
Superou a si mesmo. Essa lição devemos aplicar na vida. Todos passaremos por perdas. Quer sejam financeiras, familiares ou amorosas.
A importância imprescindível é levantar-se após cada queda, reconhecer que erramos e saber o momento certo para lutar e vencer.
Essa é a virtude da vida. Não estacionar, mas ir em frente, não importa o obstáculo. Supere-se!
"Ninguém sai do abismo pelas mãos dos outros." - Marcelo Toledo (30/10/2025)
O AMOR É PARA OS LOUCOS
Frase emblemática... Assim inicio meus dizeres, baseado em um vídeo que assisti.
Pode parecer estranho, mas já pararam para pensar como é complicado "amar"?
Amor não é um sentimento, e sim, uma escolha, altruísmo, renúncia e até mesmo sacrifício.
Quem ama está suscetível a enfrentar barreiras, situações difíceis, a convivência que, em muitos casos, precisa de adaptações e ajustes. No caso do amor 'eros', são dois universos completamente distintos que decidem unir-se, deixando as diferenças de lado e fundindo-se num único ser. Isso anula ambas personalidades? De forma alguma, criam uma conexão tão intensa, a ponto de se entenderem apenas com um olhar, um gesto... Já ouvi falar em casos de um sentir a dor física do outro.
O amor de uma forma ampla engloba amizades, filhos, amor ao próximo, à profissão, à vocação, à natureza e tudo o que nela existe, enfim, diferentes formas de amar.
Contudo, todo e qualquer tipo de amor necessita ser cultivado, dia após dia, sem medo ou reservas, vivido intensamente e plenamente.
Voltando ao começo, a loucura a qual o interlocutor do vídeo que assisti refere-se à incerteza, à entrega sem reservas, é "pular de olhos fechados", sem garantias. Isso é a loucura de amar. Quando decidimos dividir nossa vida com alguém, precisamos estar cientes dos riscos e das delícias que por certo virão.
O amor pode machucar, porém, pode curar.
Dirimir feridas e traumas, indicar um novo caminho, surpreender. Ah, e quantas surpresas maravilhosas podemos ter! Não é a beleza, não é a parte financeira, não é a idade... É o toque, a pele, é estar juntos nos momentos de crise. É negar-se e saber dividir-se. É dar importância e respeito para quem está ao nosso lado. É alegrar-se com as dificuldades e integrar-se nas diferenças.
A loucura do amor é saudável. No final, o interlocutor diz: é melhor dois loucos no amor, do que dois sábios. Creio que ele assim o disse, porque se nos atermos à sabedoria, dispensaremos a vicissitude do amor.
Digo-vos: amem, busquem a felicidade. Sejam plenos. Não deixem de viver e amar por causa de outrem.
Nossa passagem pela terra é breve, por isso cada minuto importa. Cada fase conta e toda forma de amor, vale a pena.
"Amo-te, afim de um calmo amor prestante.
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante." // - Soneto do Amor Total, de Vinícius de Moraes (23/10/2025)
EU ESPERO A MINHA VEZ
É com esse título, que aliás, é o título de uma música que gosto muito, que inicio meus dizeres. O ano de 2025 ficará gravado para sempre nas minhas memórias. Passei por tantas coisas. Boas, ruins, tristes e alegres, como todo mundo passa.
Nesse contexto de sobrevivência, eu hoje, só tenho a agradecer. Agradecer à vida, aos meus pais (in memorian), agradecer aos meus filhos, aos netos, aos amigos verdadeiros e muito a agradecer ao "meu grande amor". Nunca desisti de lutar pelo que amo, pelo que acredito e principalmente, pelo que faz sentido para mim.
Nessa jornada encontrei empecilhos, dificuldades, lágrimas, porém, encontrei abraços sinceros, palavras de força, carinho e compreensão.
Tudo isso me fez entender que não estou nessa terra a passeio. Encontrei propósito e direção. Encontrei vida, onde antes havia solidão. Tive momentos de fraqueza, vontade de desistir, pensamentos intrusivos, quis ir embora, sem rumo e para nunca mais voltar.
Mas já passou. Recebi uma nova chance. Uma mudança imensurável. Uma alegria transbordante.
Eu não sei ao certo quanto tempo ainda me resta, todavia, vou viver da melhor forma. Viver intensamente e não deixar que nenhum obstáculo venha me deter. Como disse no início, eu espero a minha vez. Espero quanto tempo for necessário. Está valendo a pena cada minuto dessa nova fase. Mesmo que haja dias nublados, hoje tenho a certeza de que por detrás das nuvens, há um sol a brilhar e sei que vou conquistar muitas coisas ainda. Não vou esmorecer, muito menos desistir.
O sabor da felicidade é incomparável e sugiro à todas as pessoas, que experimentem. Viver vale a pena. O relógio do tempo não para, por isso não devemos parar também. Há sempre um novo dia, uma nova oportunidade e um novo recomeço. (23/10/2025)
"Eu sei que o mundo vai girar, o mundo vai girar e eu espero a minha vez" - Canção 'Espero a minha vez'. Composição de: Di Ferrero/Gee Rocha. Interpretação: NX Zero. (23/10/2025)
FELICIDADE ADIADA
Por que deixamos tanta coisa para depois?
Deixamos de viver, sentir ou expressar nossos sonhos e desejos, por medo, insegurança e até mesmo, pela opinião dos outros.
Passamos a viver no automático, cumprindo rotinas, muitas vezes, sem motivação, só cumprindo por obrigação.
Sonhos engavetados e sabe quem se importa??
Isso mesmo, ninguém.
Vamos remoendo o passado, nos desgastando com situações que poderiam ser evitadas e o que é pior, empurrando os dias...
Ouvimos a todos e não conseguimos nos ouvir.
Seguimos conselhos; afinal, é mais fácil delegar do que ousar. Mas e as consequências? Será mesmo que vai valer a pena permanecer na zona de conforto pelo medo de tentar e falhar?
A vida não tem replay. Depois de nada adiantará arrependimentos ou lamentações.
Precisamos viver o "hoje", o "agora", é o que temos. É tangível, pois o futuro não nos pertence, é incerto e mutável.
Vejo pessoas infelizes e frustradas, por ouvirem opiniões alheias. Ninguém está na tua "pele", acorda!
Se é um novo emprego, arrisque.
Se é a mudança de faculdade, arrisque.
Se é o amor da tua vida, arrisque. Só não deixe de viver, de tentar, de ser aquilo que desejas.
Mesmo que seja difícil, exija esforços e mude tudo do dia para noite, vá e faça.
O arrependimento por não tentar é mais doloroso do que ficar estático e sofrer calado.
A felicidade adiada, pode não ter uma segunda chance.
"O importante não é estar aqui ou ali, mas ser. E ser é uma ciência delicada, feita de pequenas observações do cotidiano, dentro e fora da gente. Se não executamos esas observações, não chegamos a ser: apenas estamos, e desaparecemos." - Carlos Drummond de Andrade - (20/10/2025)
VALIDAÇÃO
O ser humano é muito complexo.
A vaidade, o egocentrismo e a autopromoção correm nas "veias", assim como o sangue.
Muitos têm extrema necessidade de estar em evidência, ser o dono absoluto das opiniões, ser notado(a) por onde quer que vá e assim vai.
Nas redes sociais, querem receber likes, comentários, enfim, desejam ser "seguido", adorado, endeusado.
Me pergunto "por quê"? Qual a necessidade disso?
Será mesmo que precisamos nos expor para provar que somos valorosos? Será mesmo que a visão do "outro" tem toda essa relevância em nossas vidas?
Mulheres mostram o corpo, exibem os seios, a coxa, o bumbum, usam roupas provocantes, compartilham fotos na mídia social, aí vem a militância, anunciando aos quatro ventos: o corpo é delas.
Homens que amam ter várias mulheres no Instagram ou Facebook, dizendo ser "amigas", recebem curtidas, elogios, aclamação, exibem fotos do carro, postam fotos do trabalho que exercem ou dos exercícios que fazem na academia. Movidos pela extrema vaidade e também pensam na conquista, pois mostrando seus "atributos" físicos ou financeiros, conseguem atrair um número significativo de interessadas ou interesseiras. Tudo isso para esconder o vazio, a solidão, os traumas. Usando esses artifícios para esconder ou camuflar as dores que ninguém enxerga.
Precisamos de amor, carinho e compreensão, não de curiosos(as) que só desejam ver a próxima postagem, as fotos da viagem ou dos passeios. A curiosidade alheia jamais irá nos preencher. Somos feitos de sentimentos e de forma alguma, necessitamos de visualizações para existirmos.
Quem precisa reconhecer o que somos e valorizar quem somos é quem amamos, nossa família e os amigos verdadeiros. Quanto aos demais, nada devemos e não precisamos nos preocupar com o que pensam a nosso respeito.
Nossa obrigação é antes de tudo, com nós mesmos e depois com os mais próximos e quem nos ama. A validação necessária é somente essa.
Não podemos pautar nossas vidas na opinião de pessoas fúteis e que nada tem a nos acrescentar.
Temos uma só vida para viver.
Então, vamos vivê-la com quem realmente interessa. Vamos vivê-la não para agradar quem não merece. Ser feliz é a meta de nossa existência. Como já disse o grande poeta, cantor e compositor Gonzaguinha: 'a vida é bonita, é bonita e é bonita'.
"Fuja da necessidade de aprovação, de validação. Enquanto dermos importância ao valor que os outros nos dão, jamais veremos quão valiosos realmente somos." - Bruno Iop (19/10/2025)
CORPORATIVISMO E SUBSISTÊNCIA
Nada torna o ser humano mais digno do que o seu trabalho.
Ter o seu próprio salário, pagar suas contas, sustentar a família.
Todas essas coisas contribuem para o bem-estar e estabilidade do indivíduo.
Vivemos em um mundo, onde a concorrência chega a ser desleal. Nas empresas, principalmente. Pois a busca por uma posição de destaque entre os demais membros trabalhadores, por vezes, traz à tona, o pior lado da personalidade.
Não falo somente dos empregados, mas também dos sócios, proprietários e acionistas majoritários.
Todos querem de uma certa maneira, destacar-se em suas respectivas carreiras e posições.
Pagam um alto preço, por assim dizer. Sacrificam finais de semana, feriados, datas comemorativas com familiares, tudo em prol do avanço e equilíbrio financeiro de suas empresas.
A busca por metas, geram até uma sintomatologia física, um desgaste emocional que muitas das vezes, deixam sequelas, até mesmo, irreversíveis. A saúde física e mental quase sempre não suporta tantas pressões e sucumbem o profissional, deixando-o debilitado ou necessitando de afastamento de suas atividades. É onde vem o questionamento: 'trabalhar para alcançar a vida almejada, com luxos e riqueza ou apenas para a subsistência?' Vale a pena o esforço desmedido? Horas e horas empregadas para obtenção de lucros?
Existem pessoas que se contentam em ser CLTs, ter uma vida mais modesta, um conforto equilibrado. Não desejam empreender.
Será por comodismo? Ou julgam-se incapazes?
Afinal, nosso país é campeão em impostos e para um trabalhador que quer ter seu próprio negócio, torna-se um risco, pois quem garante que tudo dará certo?
Podemos ver que até empresas renomadas e com anos de mercado, quebram.
Então, só posso concluir que ser o dono ou trabalhar como empregado, tem seus desafios e incongruências.
Tudo o que acontece em nossas vidas, nos impulsiona a lutar e consequentemente, vencer ou não.
A incógnita da vida é que a torna uma experiência incrível.
"A vida é uma sequência de encontros inéditos com o mundo." - Prof. Clóvis de Barros Filho (15/10/2025)
MERITOCRACIA
Somos moldados na nossa evolução e altamente competitivos.
Time de futebol, ateus, agnósticos ou religiosos, disputamos por uma vaga na universidade, melhor posição empresarial, às vezes, disputa "amorosa" e tantas e tantas coisas.
Pensando sobre o tema, vencemos por talento ou por privilégio?
O que é mais plausível ou agradável?
Quando crianças, a única competitividade aceita é por atenção. Atenção dos pais, professores, amigos e vizinhos. Nada a se pensar com profundidade. Conforme crescemos, o foco vai ganhando amplitude. Os interesses vão se modificando e encontramos pessoas com as quais "travamos" certas batalhas. Até no currículo, em busca de emprego, queremos mostrar o melhor. Cursos, especializações, graduações, workshops e assim sucessivamente. O que acontece ao cérebro humano que necessita tanto de recompensa?
A dopamina, nem sempre é natural e espontânea. Ao realizar uma prova, ou jogando um jogo, nosso maior desejo é vencer. Não pensamos na competição em si, mas almejamos o pódio, a medalha, o primeiro lugar, o destaque entre os demais.
Isso alimenta o ego, rompe as frustrações e causa uma sensação tão agradável que nos faz sentir o gosto do "suposto poder".
Se olharmos para povos e culturas ancestrais, observamos que o ser humano tem tentado se superar, alguns querem liderar a "matilha", subjugar o oponente.
Na busca por posição de destaque, vale tudo ou não?
O certo é que cada vez mais somos induzidos a sermos melhores.
De uma certa forma a mídia e a tecnologia de alta performance, tem instaurado nos indivíduos essa questão.
A meritocracia é algo complexo e fascinante.
Envolve igualdade de oportunidades, privilégio ou acesso, reconhecimento de talento, equilíbrio e motivação. Tudo amplamente difundido, porém, parcamemente compreendido.
Chegar ao topo do sucesso pelos próprios esforços é muito instigante. O sabor é diferente. Aquele que é favorecido e recebe qualquer tipo de privilégio, não comunga o mesmo tipo de sentimento.
Vencer por si próprio, conquistar o que deseja é saber desfrutar dos louros dos esforços. Em todas as coisas da vida, em dado momento precisaremos ultrapassar limites e ir além e não é implorando por favorecimentos que chegaremos lá. A "luta" é necessária para alcançar a vitória. Que ela venha e seja bem-vinda e que possamos ter somente o privilégio de contemplá-la mediante o justo mérito do esforço.
"Pensamentos sem intuições são vazios; intuições sem conceitos são cegas." - Kante (14/10/2025)
MINHA PAZ
Creio que todos temos um conceito do que seja paz. Um estado de espírito, estabilidade, quer seja emocional, financeira ou espiritual.
O silêncio, numa manhã de sábado, a segurança de um relacionamento estável. Sim, são vários aspectos de um mesmo tema. Às vezes, penso qual define melhor, pois cada um tem seu próprio olhar sobre.
Talvez seja tudo isso junto e misturado, algum com mais ou menos intensidade.
Algo que me acalma demais é ouvir música. Colocar os fones de ouvido e caminhar. Consigo organizar minhas ideias, pensar sobre soluções de problemas, idealizar novos projetos: isso me traz paz. Engraçado que funciona diferente para cada pessoa.
Há outros, porém, que encontram paz em templos religiosos, cemitérios, bibliotecas... Pescando à beira de um rio, outros pegando o veículo e dirigindo.
Para algumas pessoas é estar em casa, limpa, de preferência, outros é apenas estar só. Só com os próprios pensamentos e lembranças. Cada um com seu conceito peculiar do que seja "paz". Porém sabemos que não é um estado definitivo.
Há dias de lágrimas, sofrimento, raiva, descontentamento, dias nublados e cinzentos, onde tudo o que se quer é alívio.
A complexidade da vida é o que a torna uma experiência única e na somatória dos momentos, também precisamos da "guerra" para nos fortalecer, ensinar e nos tornar maduros, capazes de enfrentar o que vier.
Não podemos nos esquivar de certas situações, contudo, o que importa é como iremos lidar.
Seja na "guerra" ou na "paz", precisamos tirar lições, pois a vida é isso: um aprendizado infinito.
'Se custar a sua paz, é caro demais.' - Frei Jaime (11/10/2025)
SUPORTAR EM SILÊNCIO
Tudo o que vivemos realmente precisa ser dito ou compartilhado?
Vivemos uma era midiática extrema, onde a necessidade de se expor parece que se tornou uma obrigação. Há certas coisas que acontecem em nossas vidas, onde o melhor a se fazer é calar-se.
O que consigo enxergar nessa exposição exagerada é o ego querendo se sobrepor à razão.
Não me considero "velha", todavia tenho idade o suficiente para perceber e compreender o mundo que me cerca e para falar a verdade, eu "assisto" a vida de algumas pessoas, sim, utilizei o termo 'assistir' porque é exatamente o que parece: vida em capítulos, como se fosse uma novela, uma peça teatral ou um tipo de espetáculo.
Ora triste, ora feliz, ora exalando o doce perfume do amor, ora transpirando o amargo gosto da solidão. Paro e penso: o que o celular e as redes sociais causaram ao ser humano? Antes vivíamos e convivíamos de forma presencial. Para visitar um parente ou amigo distante, não havia impedimentos. Realizávamos viagens longínquas sem qualquer questionamento. Pais moravam em outro estado e tínhamos tempo para visitá-los.
Nossas dores e sofrimentos eram silenciosos. Até mesmo o luto, não virava foto no Instagram. O que eu sinto, sinceramente, hoje em dia é uma forma tão impessoal e abstrata. Uma ausência de verdade. Um ranço, me desculpe o termo, mas enfim é isso. Tudo na tela e nada no coração.
Eu suportei várias coisas, enfrentei muitas guerras, que só eu sabia. Muitas vezes com lágrimas que não foram vertidas publicamente e por fora um sorriso para disfarçar o sofrimento. Não me arrependo, pois sei que nem todo mundo quer o nosso bem, nem todos torcem por nós... É uma competição velada, onde quem nos observa é além de espectador, é um oponente voraz que não vê a hora de presenciar uma queda nossa para comentar com outros dizendo: "tá vendo, eu disse que não ia dar certo, ou eu disse que não ia durar, ou eu tinha certeza de que tudo isso era em vão". Triste, porém verdadeiro.
Eu gosto de ver as pessoas felizes, conquistando bens, tendo boa saúde, ah sei lá, talvez seja raro o que sinto, mas me alegro quando vejo alguém vencendo. Sou assim e não me considero melhor que ninguém e se consegui passar por tormentas em silêncio, não é porque sou a "Xena Guerreira", é a vida que me impulsiona a lutar, a prosseguir e com minhas pequenas ou grandes conquistas, torno-me um ser humano melhor.
Suportar em silêncio não nos faz grandes, nos faz ter empatia, nos faz entender que somos falhos, contudo, com um grande potencial para alcançar o melhor que o mundo pode nos oferecer.
"Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sou grato a esses professores." - Khalil Gibran (08/10/2025)
MEIO TERMO
As relações humanas nem sempre são fáceis.
Um indivíduo difere e muito do outro, principalmente no âmbito amoroso. Afinal, são famílias diferentes, culturas diferentes e ambientes de convívio diferentes. Mas será que toda essa diferença impede o amor de acontecer? Óbvio que não. Tudo o que se precisa é adaptar-se.
O problema começa quando as partes não querem ceder, rever conceitos até chegar a um denominador comum. A paixão é avassaladora, porém, passa. O amor é duradouro, todavia necessita ser cultivado. Sabe aquela história de regar a plantinha até que cresça? Sim, o amor é a plantinha. Precisa ser cuidado, regado com carinho, gestos, diálogo e muita compreensão. O que vemos hoje é o amor de 'momento'. Não dura, não se firma e ninguém quer se comprometer. Tudo extremamente descartável. No final das contas, a solidão, hoje renomeada de solitude.
Ora, quem quer viver só? Não ter uma pessoa para dividir momentos bons e ruins também, porque a vida não é um morango. Passamos por dificuldades, mas o meio termo está aí para nos ensinar a ter paciência, recalcular a rota, buscar juntos a solução de problemas. E para falar a verdade, é muito bom ter alguém no final da noite para contar como foi o dia, dar boas risadas, acolher quando um ou o outro está triste, isso é vida real.
Não existem casais perfeitos. O que existe é a vontade de estar perto e fazer dar certo. Uma construção diária, mas vale muito a pena. Ah, e não importa a idade, viu? Amores juvenis, amores adultos, amores maduros... Todos são bem-vindos quando ambos estão dispostos a fazer renúncias, ceder quando necessário e reconhecer quando erra. O famoso meio termo ajuda, reconforta e traz à tona o melhor. Por isso não se importe com o que vão dizer, não perca seu grande amor por especulações e intervenções de quem não está nem aí para sua felicidade. Viva e seja imensamente feliz.
"Eu sei que vou te amar, por toda minha vida vou te amar..." (da canção 'Eu sei que vou te amar', compositores: Marcus Vinicius da Cruz de Melo Moraes / Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim) - (07/10/2025)
TUDO PODE MUDAR, BASTA QUERER
Muitos dizem que a vida não oferece "segundas" chances a ninguém. Será mesmo? Quando alguma situação se torna desfavorável, necessariamente precisa permanecer?
A vida é feita de escolhas e consequências. A diferença é nossa atitude diante de tudo.
Um relacionamento desgastado não precisa ser eterno, apenas por convenções sociais ou religiosas. Um trabalho exaustivo e sem perspectivas de avanço e melhor salário e posição hierárquica, não precisa ser suportado até a aposentadoria. A escolha de uma formação acadêmica não precisa ser levada a termo, se no meio do curso, descobrimos que não temos tal 'vocação'.
Assim é sobre tudo. Podemos mudar de assunto, opinião, posicionamento e não há nada de errado nisso.
Certas pessoas querem mudar, contudo, a chamada zona de conforto, fala mais alto. Não ousam seguir uma rota diferente. Se submetem à uma vida infeliz por falta de coragem para reiniciar. Reiniciar sim, por que não? Começar um negócio próprio, empreender. Um novo relacionamento, sem culpas e com leveza. A faculdade dos sonhos, não para agradar aos pais, mas por reconhecer que fazendo o que "nós" gostamos, faremos muito melhor.
Não importa o que os outros vão pensar ou dizer. A opinião alheia não paga nossas contas.
Vivemos muito sob a ótica dos demais e esquecemos que só temos uma 'vida' para viver: a nossa.
Então para quê ou por quê, deixamos de vivê-la em prol do cônjuge, da família, dos amigos e vizinhos, enfim, de todos?
As consequências serão unicamente nossas, ah e os louros conquistados também.
Poderemos errar? Sim poderemos e acertar também.
O importante é ser feliz. Não há dinheiro, conquista ou pódio maior do que a felicidade. O dia de hoje, bem vivido, vale bem mais do que um futuro de sofrimento e renúncias. Jamais renuncie a sua escolha. As frustrações são inevitáveis, mas que ao menos, nós estejamos conscientes dos ganhos e perdas, sem a influência de outrem.
Planeje sua vida de acordo com os seus valores. Siga em frente sem medo. Digo por experiência própria, vale a pena arriscar. Viva infinitamente e intensamente enquanto estás aqui. Hoje e agora.
Seja feliz. Essa é a razão de nossa existência. Tudo pode mudar, basta querer.
"Coragem pra viver e força para continuar." (da canção 'Coragem' do Grupo Clareou, compositora: Amanda Rodrigues da Costa) - (04/10/2025)
TENDÊNCIA OU INFLUÊNCIA?
Geração midiática... Onde estão os grandes gênios, inventores e descobridores?
Não sei o que pensam sobre, mas eu observo como a "preguiça" mental está instaurada. E não me refiro aos estudantes, aos iniciantes da vida, me refiro também aos profissionais, àqueles que já estão com suas pós-graduações, aos formadores de opinião, políticos e todo e qualquer cidadão.
Era dos blogs, vlogs, podcasts e coachs.
Tudo o que dizem vira "trend", ou seja, tendência ou influência. Mas exatamente de quê?
Danças, coreografias, humorismo, como se deve dar educação positiva aos filhos, deixá-los escolher tudo, eximir os erros dos alunos nas escolas, ah! o pobre professor (a) é sempre o culpado!
Não se sabe mais pedir licença, dizer por favor, obrigada... "Eu posso", "meu corpo, minhas regras" e por aí vai.
Ontem mesmo utilizei um carro de aplicativo e o motorista, pelo caminho, a me contar que alguns colegas, colocam o som alto, músicas inadequadas e se o passageiro pede para abaixar o volume, respondem: "meu carro, minhas regras". Gente... Onde está o bom senso, a educação e a cordialidade?
Que tendência é essa? Que tipo de influência está sendo polarizada?
Vejo tudo isso como uma regressão. Estagnamos quando, ao invés de evoluir, estamos voltando à idade da pedra.
Livros, quer sejam físicos ou online, estão sendo trocados por horas na rede social. Conversas amistosas, simplesmente deixam de existir. Compartilhamos as mesas, porém cada um está mergulhado em seus respectivos smartphones. Diálogo virou raridade. Somos problemáticos, abalados emocionalmente e alheios às dificuldades de nossos semelhantes. Se não me atinge, não é problema meu, assim pensamos. Zero empatia, zero tolerância, zero respeito... Enfim, triste constatação.
Estar conectado com o mundo virtual e deixar de lado o real, apenas reflete como estamos vazios.
Não que a tecnologia seja desnecessária, muito pelo contrário, só precisa ser usada com sabedoria e para o bem-estar, não como uma muleta para sanar egos feridos.
Precisamos fazer virar tendência ou influência o contato humano, o carinho, a conversa, e o entendimento.
'Não há nada mais gratificante do que o afeto correspondido, nada mais perfeito do que a reciprocidade de gostos e troca de atenções.' - Marcus Tullios Cícero (02/10/2025)
O PRÓXIMO PASSO
Na vida, há um tempo certo para tudo...
Às vezes, nos meus questionamentos, fico a pensar: por que certas coisas não acontecem no exato momento que queremos?
Fazemos planejamentos, cumprimos metas, sonhamos, desejamos e mesmo assim, nada acontece.
Se for parar para analisar, desde a infância até a vida adulta e a maturidade, milhares de acontecimentos simplesmente deixam de existir ou perdem a importância ou até mesmo, tornam-se pontes para que outros venham.
A evolução natural do ser humano é lenta, e tudo aquilo que depende de nós, é raso e incerto.
Digo isso pois, reflito sobre tudo que me aconteceu, desde que me entendo por gente.
Na infância, os sonhos eram mais simples e imediatistas. Brincar, correr, fazer amigos, estudar.
Na adolescência, sair aos finais de semana, aprender coisas novas, pesquisar sobre tudo.
Na vida adulta, ganhar dinheiro, comprar um imóvel, um carro, pagar boletos, ter família, filhos...
Na maturidade... A pressa acabou. A maioria dos sonhos já foi conquistada, agora as prioridades mudaram.
Hoje, o meu próximo passo é estar em paz, curtir meus netos, ficar ao lado do meu "amor", trabalhar menos, passear mais. Tudo sem datas ou horários específicos, sem cobranças desnecessárias, sem grandes desacertos. Ambições, algumas.
Sonhos engavetados, sim, mas não mais prioritários.
Desejos, tenho... Muitos... Porém, agora tenho o poder da escolha e sempre me pergunto: "vale a pena ou vale o esforço"?
Ah, a maturidade. Para muitos o significado é 'o final da vida'. Eu discordo em gênero, número e grau.
Envelhecer é um privilégio, é a aquisição de sabedoria, é o despertar para a tranquilidade e ainda mais quando temos quem amar, dividir a vida, a dor e a delícia de existir.
Vivendo e sobrevivendo da melhor forma é assim que venço minhas guerras e o próximo passo é sempre esse: a busca incessantemente de ser 'feliz'.
'Cada dia é uma nova oportunidade para brilhar.' - Anderson Del Duque (26/09/2025)
EPIFANIA
Há certas coisas que, sinceramente, não gostaria de saber ou sentir...
Creio que minha sensibilidade é exacerbada ao extremo. Por vezes, tento não pensar sobre, mas aquele "feeling" fica à flor da pele.
O mundo que me cerca, as pessoas as quais convivo, o ambiente de trabalho, enfim, em tudo percebo: atitudes, intenções, risos falsos, meias verdades e ainda pior, onde antes enxergava bondade, vejo descortinar-se a maldade oculta. Gostaria, do fundo da minha alma, não sentir, não perceber... Porém, desde tenra idade, tudo isso acontece. Será um dom ou uma maldição?
Essa 'epifania' diária me incomoda. A tristeza adentra sem pedir licença, o peso das descobertas e as peças do "quebra-cabeça" se encaixam perfeitamente. Eu tento, juro que tento não pensar. Mas observando, por outro lado, é salutar, pois não me engano e não sou enganada. Faço a leitura de tudo e de todos, desde o ambiente até os mínimos detalhes das personalidades...
Algumas pessoas sentem-se à vontade ao contar-me coisas, segredos, desabafos, e eu ouço e aconselho, como num consultório de Psicanálise. E é nesse momento, que a epifania é mais resolutiva e positiva, pois consigo ajudar a quem me procura. Nada somos nessa terra, se não formos úteis. Isso procuro ser todos os dias. Na minha pequenez, consigo dar a dimensão necessária para auxiliar da melhor forma possível quem necessita. É sem dúvida a melhor parte.
"Nenhuma tempestade dura para sempre." - Provérbio Popular (24/09/2025)
IMPACTO EMOCIONAL
A criatura mais complexa existente no mundo é o ser humano.
Somos capazes de esboçar tantas emoções, mudar de opinião, sorrir, chorar, amar, odiar, dar a vida por alguém entre milhões de outras coisas.
Porém, há certas pessoas que não conseguem lidar com suas emoções.
Vemos atitudes infantis em seres humanos adultos e isso está se tornando cada vez mais corriqueiro.
Não se sabe ao certo se é modismo, excesso de tecnologia, fragilidade social ou uma era de desequilíbrio.
As pessoas não conseguem mais estabelecer um diálogo, são imediatistas, impacientes, querem ter razão em tudo e o pior, a cada dia menosprezam mais e mais seu semelhante.
Julgam a tudo e a todos, pela maneira de vestir, falar, comportar-se, a classe social, a etnia, a escolha pela religião ou o ateísmo, o carro, a residência, enfim, encontram "defeito" sobre todos os aspectos.
O amor virou moeda de troca, jogo de interesses, ninguém demonstra compaixão, há competitividade excessiva nos locais de trabalho, um querendo ser melhor que o outro a todo custo. Eu queria saber quando foi que a humanidade se perdeu? Em que momento o ser que se diz dominante e inteligente, tornou-se ingrato, insensível e egocêntrico? O impacto emocional da atualidade é assustador, incoerente e coercitivo. Onde uma preferência política vira disputa ideológica, a religião ou a ausência dela, vira alvo de escárnio, torcer por um time de futebol, vira inimizade e até mesmo, morte.
Triste quadro estarrecedor. Falta muito ainda para a verdadeira evolução. Enquanto a ignorância e a intolerância prevalecerem, não haverá mudança significativa, só não podemos perder a fé que um dia tudo isso mude.
'Antes de julgar alguém, olhe para dentro de você. Reflita sobre sua vida, seu comportamento, suas atitudes.' - Deka Rissi (22/09/2025)
SEJA SEMPRE MELHOR
A vida e seus contrastes, suas dissonâncias e nossas pífias impressões. Somos seres complexos e por vezes damos tão pouco valor ao que nos cerca.
Um cumprimento, um olhar solidário, uma ajuda inesperada ou simplesmente nossa convivência diária nos grupos aos quais fazemos parte, quer seja de trabalho, estudo, religioso ou círculo de amizade.
Inúmeras atividades que realizamos no automático: levantarmos e não agradecermos pelo novo dia e pela oportunidade de estar vivo, sentarmos à mesa e não mantermos um diálogo franco e aberto entre nosso cônjuge, filhos ou familiares, conversar amigavelmente com nossos colegas de trabalho ou estudo.
Por que não prestamos atenção na beleza e na singularidade disso tudo? Estamos sempre com pressa, compromissos inadiáveis e tudo que planejamos nem sempre sai de acordo. Nos cobramos excessivamente a respeito de metas de trabalho, provas da faculdade e o famoso: 'de hoje tá pago' em relação aos exercícios na academia.
Mas e o restante? Será que eu disse um bom dia aos meus pais e aos meus filhos e perguntei se estão bem? Será que disse ao meu esposo (a) que eu o (a) amo? Será que perguntei ao colega de trabalho se ele (ela) necessita de ajuda ou se quer e precisa conversar? Será que o meu núcleo religioso fui amável com os irmãos (ãs) e me propus a ajudar meu próximo sem esperar nada em troca?
Ponderando sobre essas ações chego à conclusão que para a maioria das respostas ainda existe muitos 'nãos'. Ser sempre melhor exige mudanças, adaptações e uma mudança do ponto de vista e prioridades. É o que pretendo ser: um ser humano melhor, mais empático e menos egoísta.
'Se não puder fazer tudo, faça tudo que puder.' - Will Borges (19/09/2025)
O DIREITO DE SER FELIZ
Entre alguns dos meus questionamentos, um sempre foi o mais contundente.
Nunca fui uma pessoa materialista. Gosto de conforto, conquistar minhas coisas, passear, viajar, comer bem e jamais duvidei que tudo isso não era meu direito.
Mas... E ser feliz? Existe um conceito absoluto sobre felicidade?
A felicidade é um estado da alma. Para uns é financeira, para outros é amorosa, outros, porém, é sobre ser saudável e outros tantos ainda nem sequer descobriram o motivo.
Talvez seja um conjunto de todas essas condições.
Cada um de nós tem uma visão particular sobre esse prisma. A felicidade não é tangível, muito menos visível, entretanto, todos percebemos rapidamente quando alguém está feliz. Por muito tempo permaneci nesse estado de "expectativa", pensando: eu tenho o direito de ser feliz?
Vivi tantas situações difíceis, pensei até em desistir de tudo... Ah, o que é isso? Onde está a guerreira? Durante a "batalha" diária, surge a estratégia e assim vamos burlando os problemas, descobrindo as soluções, conquistando os objetivos.
Ser feliz é conceitual, atípico, fora dos padrões atuais, onde o imediatismo e a cultura da melancolia têm a pretensão de se instaurarem na sociedade.
Vivo um dia de cada vez. Às vezes cantando e sorrindo sem motivos, tirando forças de onde não tenho, às vezes enxugando as lágrimas que insistem em cair, mas vou sobrevivendo com a plena certeza de que todos temos o direito à felicidade, seja ela momentânea ou permanente.
'O essencial para a nossa felicidade é a nossa condição íntima, e desta somos nós os senhores.' - Epicuro (17/09/2025)
SINAPSE
Como a vida é incrível...
Vivemos experiências únicas e cada uma delas vem acrescentar sentido à nossa existência.
O amor, por exemplo, quantas coisas lindas e maravilhosas vêm com ele. Falo de um amor real, recíproco e sem nenhum interesse, a não ser ao ser amado.
Um amor que resiste ao tempo, à distância e a toda e qualquer dificuldade.
A sinapse precisa ser completa. Conexão entre almas. A verídica integração da química entre ambos.
Pele, sentidos, entrosamento físico, enfim, tudo conspira a favor.
Porém, chegar a tal conexão não é tarefa fácil. Alguns ajustes precisam ser feitos, pois, afinal, são dois seres complexos, vindos de "universos" diferentes, educação familiar, formação e, para tanto, demanda-se um certo tempo para as devidas adaptações.
Olhar e perceber quando o outro tem alguma necessidade, quando precisa de descanso, um tempo solitário para organizar os pensamentos, quando precisa falar e ser ouvido, quando precisa até mesmo chorar e lamentar-se. Saber compreender e acolher. Saber esperar a ocasião propícia para dar opiniões. Respeitar o espaço, aceitar as amizades e os familiares. Tudo é um conjunto e tudo é bem complexo. Mas o amor supera.
Não importa o que tenhamos que passar e superar, sempre vale a pena. É o que dá sentido às nossas vidas.
Não é o dinheiro, não são os bens materiais, status, posição social ou qualquer outro dispositivo, amar e ser amado é a maior dádiva da vida. E não existe classe social, etnia ou qualquer outra motivação que separa dois seres que se amam de verdade.
Escolher partilhar a vida e enfrentar os desafios cotidianos, tem um sabor especial. Enfim, a sinapse ajuda a encontrar soluções onde antes só havia problemas.
Somos seres criados para conviver uns com os outros de forma intensiva.
Amar é olhar a vida e saber que nossa existência só ganha sentido real quando estamos perto do nosso verdadeiro amor.
'Se eu tivesse uma flor para cada vez que eu pensasse em você... eu poderia andar pelo meu jardim para sempre.' - Alfred Tennyson (14/09/2025)
SÍNDROME DO PROTAGONISTA
Sou uma pessoa observadora e gosto de me manter atualizada. Há certas coisas, no entanto, que por mais que me esforce, não consigo considerar.
Sei que ultimamente as pessoas deixaram de viver e estão apenas existindo e com toda essa exposição nas redes sociais, vieram também as "sequelas". Claro, não falo apenas de ordem física, mas principalmente, de ordem psíquica.
Leio muito, assisto a podcasts e converso com profissionais da área da saúde e afins.
Uma temática que achei intrigante é essa: síndrome do protagonista. O ser humano é naturalmente egocêntrico, salvo raríssimas exceções. Mas esse paradoxo tem um fundo de razão.
Antes do advento da internet, muitas coisas passavam desapercebidas. Atualmente com tudo resumido a apenas um "click", temos acesso a praticamente tudo. O protagonismo exagerado, tira a percepção do mundo. Transforma tudo e todos em meros expectadores. Estou falando dos excessos e exageros.
Não é errado cuidar da saúde, da própria vida e dos interesses pessoais, porém, pensar que estamos num "palco" e que os demais são meros coadjuvantes, é onde mora o perigo. Excesso de tela e a necessidade de "expor" tudo o que se vive é um dos pontos em questão.
Vivemos isso, a síndrome do protagonista, onde somos os "atores" principais. Postamos tudo e vivemos quase nada. O ser humano caminha a passos largos para sua decadência. É momento de despertar. Viver mais, ser mais empático, menos egoísta e mais altruísta. Existe vida além da mídia.
Viva. Apenas viva.
'Penso, logo existo.' - em latim: 'Cogito, ergo sum'. - René Descartes (11/09/2025)
TELHADO DE VIDRO
Já reparou como todos nós temos o péssimo hábito de julgar nosso semelhante? Tudo o que destoa de nossa régua comportamental já é motivo suficiente para que isso ocorra.
No entanto, esquecemos que para as outras pessoas, também sofremos o mesmo efeito. O problema é que estigmatizamos as outras pessoas sem nos preocuparmos em nos autoanalisar.
Algumas famílias têm pessoas com deficiência, talvez adictas ou alcoólatras, com problemas conjugais, filhos rebeldes ou indisciplinados, mas na casa alheia, isso é potencializado. Ou talvez, com algum parente em situação de privação da liberdade, sob investigação ou até, de descendência ou etnia diferente. Pois então, observando toda essa pluralidade, por que nossa tendência é sempre "julgar"?
"Ah, o filho de fulano fez isso, o vizinho está brigando com a esposa, eu não concordo com o tipo de educação que a vizinha dá aos seus filhos"... quanta hipocrisia e mediocridade.
Esquecemos que o nosso telhado também é de vidro, não existe ninguém perfeito e a qualquer momento o que era algo vergonhoso para o vizinho, amigo ou na casa ao lado, pode se virar contra nós mesmos. A "pedra" poderá cair sobre nós.
Cuidar da própria vida, corrigir-se ao invés de fazer apontamentos é, sem dúvida, a melhor opção. Não sou dona da verdade, contudo todos os dias aprendo e a experiência dos anos me faz refletir e constatar que preciso evoluir cada dia mais. Vamos optar por menos julgamentos e mais empatia.
'Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas uma outra alma humana' - Carl Jung (09/09/2025)
O SILÊNCIO QUE GRITA
Sabe aquela sensação de impotência diante de um momento difícil e angustiante? Quando passamos por uma dificuldade e sofremos em silêncio, pois não há ninguém para ouvir?
Então, sofremos calados, sorrindo por fora e quebrados por dentro.
Por vezes, estamos enfrentando traumas, saudades, medos, inseguranças e quem está ao nosso redor nem percebe. Podemos até fingir que superamos tudo e estamos prontos para a "nova" realidade, mas isso é só fachada que usamos para blindar nossos medos reais.
A dor de uma perda irreparável, o fim de um relacionamento, afastamento da família ou de amigos próximos, percas financeiras, abandono afetivo, enfim, todas essas situações com o decorrer da vida, vai de uma maneira ou de outra, nos afetando.
Sentimos vontade de falar, gritar até, de pôr para fora, porém nos calamos, silenciamos. Não é todo mundo que está disposto ou preparado para nos ouvir e aconselhar.
Fica aquele nó na garganta, impossível de ser "desatado". Assim vamos vivendo e tentando sobreviver dia após dia. Superar é necessário, mas faltam forças.
Confesso não saber o melhor caminho... Mas sigo na luta, calada, mesmo tendo mil razões para gritar.
'Meu silêncio é o grito mais alto que alguém já deu'. - Tati Bernardi (08/09/2025)
QUÍMICA X CONEXÃO = AMOR?
Você já parou para pensar o que te faz amar seu parceiro ou parceira? Como tudo começou e se está valendo a pena?
Vivemos o verdadeiro caos onde amar, casar ou se relacionar, estão se transformando em um desafio. Homens e mulheres já não se reconhecem mais.
O jogo de interesses foi decretado e como se fosse um leilão, os lances estão sendo dados.
Características físicas colocadas em primeiro lugar: beleza, forma física, altura, "bumbum" avantajado, seios fartos, pernas torneadas ou peitoral largo, mãos grandes, costas largas; tudo muito afinado, mas é isso realmente o que conta? Dividir a conta no restaurante, abrir a porta do carro, acordar e receber mensagens no whatsapp... e a vida, como vai? Vai bem?
Você já chorou sozinho (a) e depois ouviu um "estou aqui e vai ficar tudo bem"? Isso é conexão. A química, ela é passageira, no primeiro momento até impressiona, mas depois de um tempo, por si só, não se sustenta.
A conexão é diálogo, compreensão, a busca do bem-estar do outro, carinho e "permanecer" quando tudo dá errado.
Volto a te perguntar: quando foi a última vez que você viu o pior lado do seu parceiro (a) e mesmo assim decidiu continuar?
Não se diminua para caber no mundo dele ou dela.
Porém, se apesar de tudo, o que vês e sabes, ainda está valendo a pena, então você encontrou o amor.
'Amor de verdade não é anestesia emocional, é construção.' – Marcelo Toledo (04/09/2025)
O QUE ME MOVE?
Refletindo sobre a vida, como sempre, hoje me veio certas recordações...
Não é fácil viver certas experiências no decorrer dos anos. Quando somos jovens, com perspectiva de futuro, mesmo que seja incerto, não vemos obstáculos que não possam ser superados. A escolha da profissão, relacionamento, casar ou não, faculdade, pós-graduação, ter ou não filhos, viajar, conhecer o mundo, tirar habilitação, partido político, religião e tantas coisas mais. Decisões a serem tomadas, sem pressa, pois o futuro está a quilômetros de distância. O corpo na melhor forma, autoestima então, nem se fala, o espelho refletindo o brilho nos olhos e uma vontade imensa de "ser" e "ter".
Me sentia dona de mim e, nos meus pensamentos, não havia nada de tão importante ou difícil que não fosse resolvido. Talvez por pertencer a geração chamada "milenial", outros valores, uma visão mais empática e um senso crítico mais avançado, enfim, creio que essa minha geração enxergava o mundo de outra forma. Pude ver o avanço cultural e tecnológico com o passar das décadas. A explosão da internet, mídias em geral, a luta por igualdade da mulher, o engajamento por diversas causas e inúmeras descobertas. Hoje vendo a vida por esse prisma, chegando na idade que cheguei, as conquistas e perdas que tive, tenho a sensação de dever cumprido. Minha existência ficou estagnada por alguns anos, por estar presa a dogmas religiosos e crenças limitantes. Pois quando se vive debaixo de um jugo escravizador, onde tudo é errado, onde somos insignificantes e insuficientes e vivemos no paradoxo da espera contínua por um "paraíso" vindouro, isso nos faz sentir um vazio imenso e uma frustração absurda. Não recebemos suporte dos tais "líderes religiosos", seja do credo e crença quaisquer, recebemos "ordens", preceitos, regras de fé e cobranças, sim, muitas cobranças. Somos considerados incapazes de decidir por nós mesmos. Há um ser superior ditando as regras de conduta e o que não é de acordo com esse "ser", passa a estar fora do contexto. Doutrinação e manipulação. Pensar fora da "bolha", não, nem pensar, jamais. Fomos induzidos a seguir a "manada" e qualquer discordância é sinônimo de rebeldia.
Ora, que vida é essa, onde não posso me expressar, não tenho direito de escolher se posso usar um batom vermelho, uma calça jeans, dançar no final de semana, assistir o meu time de futebol do coração, conversar com amigos e amigas com a fé diferente da minha? Pois é, assim vivi por longos anos, acreditando estar fazendo o "certo", porque se não fosse dessa forma, estaria burlando leis eternas e seria "condenada" a um lugar chamado "hades". Pensava: "que lugar horrível". Hoje nada disso faz sentido. Houve um despertar, meu intelecto e minha visão foram abertos. Não sou mais "escrava" de tais conceitos.
O que me move? Eu digo sem sombra de dúvidas: o que me move é minha liberdade de escolha, aquilo que me satisfaz, o que me deixa feliz e plena. Não tudo aquilo que me era imposto e não poderia nem ao menos questionar. Sei que vou perder amizades, sei que posso até ser chamada de insana, mas é dessa forma que viverei de agora em diante. Conquistei meu espaço, peguei de volta minha essência e não estou à mercê daqueles que só pretendiam me manipular. A sensação de viver plenamente é maravilhosa e eu recomendo a todos, vejam a vida como ela é e não pelo que lhe impõem.
'A liberdade é o oxigênio da alma.' - Moshe Dayan (02/09/2025)
NÃO É TERAPIA, MAS É TERAPÊUTICO
Durante nossa jornada na terra, passamos por vários momentos e diversas situações. Situações tais que, por vezes, nos desestabilizam.
Raiva, medo, ansiedade e preocupações cotidianas, tudo isso de uma forma ou outra nos influencia. Ter controle emocional e autoconhecimento faz toda diferença. Sei que somos seres humanos em evolução, porém certas coisas vêm despertar nosso lado mais primitivo.
Quando alguém toca em uma ferida "interior", expõe nossas fraquezas ou atinge alguém que amamos, nosso lado mais obscuro tende a aparecer. É uma reação natural, o que não podemos aceitar é que algumas "explosões" aconteçam.
A maneira como lidamos com tais situações refletem nosso autodomínio e maturidade (não significa ter idade, mas as decisões advindas de nossa vivência). Precisamos ter jogo de cintura, equilíbrio e não deixar a emoção se sobrepor à razão.
Um adulto funcional, pensante e saudável consegue processar e filtrar tudo aquilo que lhe será útil e o que não for, descartar. Trabalhar, estudar, conviver em sociedade e no ambiente familiar nos proporciona exercer nossas habilidades no trato das emoções. Pessoas que estão constantemente exaustas e sobrecarregadas necessitam de uma válvula de escape. Lazer, prática de esportes, ouvir música, boa leitura e até mesmo, momentos silenciosos de meditação. Tais recursos recarregam nossa "bateria".
Desde a infância precisamos observar o comportamento. Crianças muito ativas ou demasiadamente apáticas, podem revelar se há algo de errado ou fora do normal. A adolescência também é um período bastante conturbado. Mudanças repentinas de humor, instabilidade e vulnerabilidade marcam de forma significativa essa fase. Já na vida adulta, vemos o reflexo de todas as experiências que passamos e nem sempre haverá uma maneira de sanar certos descontroles, justamente por estarem implícitos na personalidade. Fato é que devemos procurar ajuda, o quanto antes.
Não é terapia, mas é terapêutico: sorrir, conversar, dançar, respirar ar puro, interagir com outras pessoas, assumir sua verdadeira essência e, principalmente, não pensar ou agir de acordo com a "lente" do outro.
Viver é uma experiência incrível e intransferível. Só temos essa vida para viver. Que possamos viver da melhor forma possível.
'Aprecie cada momento da sua jornada.' - Não há autor conhecido universalmente, pois é um conceito. (01/09/2025)
RELACIONAMENTOS FALIDOS
Quem nunca pensou em ter alguém? Há exceções.
Porém, a maioria das pessoas quer alguém para se relacionar. O mundo caótico em que estamos vivendo, aos poucos, está distanciando os casais. E de quem é a culpa?
Vejo homens excelentes sendo menosprezados. Fazem tudo por suas parceiras e recebem desdém, são ignorados e nunca são suficientes. Vejo mulheres de valor, sobrecarregadas, com jornada dupla, tripla, tendo que dar conta de tudo. A verdade é que a modernidade, a tecnologia e as "bandeiras ideológicas", acabaram por influenciar no declínio das relações humanas. Não é normal apenas um dos parceiros tomar conta do lar, dos filhos, das contas e conviver com o peso de todas as responsabilidades. Se estamos dividindo a casa, a vida, enfim, as tarefas obviamente devem ser divididas. Há um cansaço latente, devido às cobranças e no momento íntimo do casal, é notório o sentimento do "será que vale a pena continuar"?
Não sou terapeuta de casais, mas sempre faço alguns aconselhamentos. Afinal, para quem já viveu essa experiência e sofreu as perdas e danos como consequência, tem muito a ensinar. Fato é que ninguém está disposto mais a ceder. A zona de conforto tornou-se um lugar seguro. Muitos já não querem mais estar num relacionamento. Por comodismo, conformismo ou ainda pior, por egoísmo. Frases como "eu sou assim", "não vou mudar", "o que faço já é suficiente", "se quiser, tem que ser do meu jeito"; que lástima. Deixamos de ser humanos, quando passamos a nutrir o ego e apreciamos mais a solidão e a solitude, do que partilhar a vida com alguém. Somos seres sociáveis e cada vez mais nos distanciamos um do outro. Ansiedade, competitividade, "machismo" e "feminismo"; as "red flags" do comportamento humano já estão direcionando o homem e a mulher para o abismo da separação conjugal. Não estou dizendo que é um crime viver solitário (a), só não é salutar. Mas não vejo quase ninguém se esforçando para fazer o contrário. Adultos infantilizados, cheios de manias. Pais e mães de pet e uma terrível sensação de abandono emocional.
Precisamos rever e tratar esses sintomas, pois as futuras gerações dependem disso.
'Viva sempre para aprender, aproveite o melhor do viver.' - Rogério Macena. (29/08/2025)
OS PERDEDORES
Somos capazes de arrumar desculpa para tudo. Mesmo quando esse "tudo" depende exclusivamente de nós.
Gosto de estar sempre atualizada e acompanho pessoas de valor nas redes sociais. O valor ao qual me refiro engloba: sucesso, empatia, responsabilidade social, preceitos morais e visibilidade no futuro.
O fracasso de muitos está associado à falta de empenho e não somente à oportunidade.
Quando me referi no início acerca das desculpas, falava sobre obstáculos que colocamos nas nossas vidas, limitando aonde realmente queremos chegar. Pois mergulhar fundo nas metas, encarar problemas de frente, buscar soluções, acordar cedo e ter disciplina são de fato, a ponta do iceberg a ser vencido para o patamar mais alto do pódio dos vencedores. É tarefa fácil colocar em prática tais desafios? Respondo sem sombra de dúvidas que não. Porém se não for feito o que precisa ser feito, não sairemos do lugar. Olhar o passado não nos levará adiante. Traçar e concluir metas, sim. Desafie-se. Saia do lugar comum. Por todo decorrer da história, observamos inúmeros exemplos de pessoas que se superaram. Foram desencorajadas, afrontadas e desmotivadas. Mesmo assim, persistiram e venceram. A vitória está do outro lado do medo.
Se chegamos até aqui, poderemos ir além. Perdedores dão desculpas ou colocam a culpa em tudo e em todos, menos neles mesmos e na sua mediocridade. Eu prefiro continuar na minha luta diária. Com foco no futuro e não importa quanto tempo ainda terei, importa é que em nenhuma página da minha vida está escrito: "ela desistiu".
'Somos livres quando fazemos o que não queremos, pois quando fazemos o que queremos, somos escravos dos próprios desejos.' - Pensamentos filosóficos de Kant. (27/08/2025)
NINGUÉM É INSUBSTITUÍVEL
Há pessoas que creem firmemente que apenas elas podem fazer o que fazem ou ocupar o lugar que ocupam.
O ego elevadíssimo e a presunção desmedida contribuem para isso. Frases como: "se eu não fizer, ninguém faz", "isso depende exclusivamente de mim", "só eu sei, ninguém mais", "fulano não vive sem mim"; todas elas e inúmeras outras, apenas demonstram o que certas pessoas sentem, acham e se fiam.
A verdade é que nada disso se sustenta. A partir do momento em que tais pessoas não são mais, digamos "úteis", são descartadas. Mesmo no âmbito amoroso, em todo e qualquer relacionamento, se já não faz mais sentido, o fim chega. De nada adianta dizer que a outra pessoa não sobrevive. Sobrevive sim, às vezes até melhor que antes.
Somos seres limitados e por vezes nos sentimos "super-heróis ou super-heroínas".
Vamos parar com essa paranoia de que ninguém é insubstituível. Somos. Temos o dia de hoje para viver. Chegará o tempo em que deixaremos de existir. Nosso lugar será ocupado, quer seja no lar, na escola, no trabalho, enfim, na vida. E ela é única. Vamos vivê-la intensamente, cada momento, usando a empatia, a compaixão por nossos semelhantes e aproveitando tudo de bom que temos. A vida é linda, mas é preciso saber viver.
'Há batalhas que só ganhamos quando desistimos.' - Autor desconhecido
ANESTESIA
A vida é uma experiência única para cada um de nós. Para algumas pessoas, é um passeio no parque, para outras, um fardo gigantesco.
Situações adversas ocorrem a todo tempo. Lições, positivas ou negativas, moldam o caráter e a percepção. Contudo, quando chegamos ao limite, qual atitude tomamos?
A verdade é que cada um utiliza seus próprios métodos para enfrentar os dias difíceis. É o que eu chamo de "anestesia".
Sair de casa, conversar com alguém, sentar-se na mesa de um restaurante ou bar, dar uma volta a pé ou de carro ou simplesmente se isolar de tudo e de todos. Outros até preferem dançar, visitar parentes, ir ao campo ou à praia.
Ter uma válvula de escape se faz necessário. A rotina estressante, os problemas não resolvidos, o estado de humor ou de saúde quase sempre nos afetam. As cobranças por uma melhor performance no trabalho, as exigências do cônjuge, as necessidades dos filhos... e quanto a nós (eu) e (você)?
Temos por acaso reservado um espaço para nós mesmos?
Sobreviver ao caos no modo silencioso por muitas vezes rouba nossa energia. Um grito abafado, preso na garganta. A ausência de um "colo", sim, por que não? Adultos também precisam de um colo, um abraço, uma palavra ou um escape.
Suportar as agruras com um sorriso no rosto, fingindo que está tudo bem e no fundo não está. Demonstrar alegria para mascarar a angústia no peito só para não ter que dar explicações a outrem. Viver no automático, abdicando dos sonhos.
No que estamos nos transformando?
Em meros expectadores do "final de semana", do "dia seguinte", do "próximo ano" e só isso basta? Terceirizando nossa vida em nome de uma imagem enganosa, feita de fantasias para "inglês ver".
Na verdade, estamos praticamente todos nesse mesmo barco. A "anestesia" passa, a realidade vem e somos obrigados a encarar.
Fugir não é alternativa. Portanto, o que precisamos ainda mais é exercer a empatia, minimizar ou zerar os julgamentos e jamais esquecer que o nosso telhado também é de "vidro".
'Sempre feche a janela
que te machuca, não importa quão bonita seja a vista.' - Eduardo Bitencourt
Miraflores
O ELO PERDIDO
Estou sempre a pensar nas coisas da vida... Filhos, por exemplo... Desde que me entendo por gente, quis ter uma família numerosa, pois eu fui filha única.
Tive três, por livre escolha, só não escolhi bem o genitor, mas essa é outra história.
Minha mãe, mulher, sábia que era, me dizia: "filhos são egoísmo dos pais". Essa frase era emblemática no meu entendimento.
Não sabia ao certo o que ela queria dizer. Fiz todo possível para dar amor, a melhor educação, ensinei princípios e esperava que meus três projetos fossem se superar.
É... Não foi nada fácil. Criamos expectativas que na maioria das vezes são frustradas.
Hoje, entendo que por melhor que façamos nunca será o suficiente. Tenho tranquilidade ao dizer que "fiz minha parte", ainda faço quando posso. Eles cresceram, possuem suas próprias convicções, nem sempre compatíveis com a realidade, enfim, não posso mais interferir. Criaram "asas", alçaram voo. Também têm filhos: "meus netos e netas" que amo muito. Porém, o elo perdido jamais voltará a se unir à corrente. Amadurecer dói, há muitas implicações e renúncias. Eu abdiquei de sonhos. Agora não mais. Vivo como posso, faço quando posso e quero, ou melhor, preciso empregar meu tempo e energia nos poucos anos que ainda me restam. Ah não quero dizer que vou virar as costas para meus frutos, contudo vou me priorizar. O elo do amor permanecerá para sempre, mesmo com tantos desencontros.
Julgamentos virão, estou preparada. Só não fazem mais efeito. Sou eu por mim e assim será de agora em diante.
'Filhos, filhos? / Melhor não tê-los! / Mas se os temos / Como sabê-los?', do Poema Enjoadinho, de Vinícius de Moraes.
HIPOCRISIA OU SUBLIMAÇÃO
Creio eu já ter lugar de fala ao analisar certos indivíduos, não, não sou arrogante, digo mesmo pela experiência de vida.
Por muito tempo suportei certos comportamentos rudes, por sinal, hoje não mais.
Alguns mostram apenas o que lhes convém, na frente de outras pessoas são verdadeiros "anjos". Pura hipocrisia. Fui procurar a definição do termo: fingimento, ou ato de fingir possuir certas qualidades, sentimentos e crenças que na verdade não se tem.
Bajulam enquanto podem para sustentar o papel e por precisarem de certos "favores" de outrem. Quando não precisam mais, mostram seu lado real.
Também fui procurar outro preceito, a sublimação: que é um mecanismo de defesa que redireciona impulsos e desejos socialmente inaceitáveis; forma de lidar com conflitos.
Gosto de dar nome aos "bois". Em razão disso, me atentei ao que interessa.
Muitos ocupam certos lugares e temem perder seu "status", isso não significa ser bom ou altruísta, é apenas fachada.
Outros, no entanto, estão exaustivamente buscando não serem ruins, redirecionar a maldade contida em seu ser. Essa é a grande diferença.
Ser hipócrita é muito diferente de se sublimar.
A luta na formação do caráter é diária, a construção da personalidade exige certos valores inegociáveis, mas nem todos estão dispostos a melhorar. Por tais fatos, não entrou em conformidade com a "aparência".
De nada vale frequentar igreja e se autointitular cristão.
Se você for "podre", maldoso, não quer ver o bem do seu próximo e apenas "usa" quem quer, isso é a forma mais ilusória de ser hipócrita.
Reveja seus conceitos, mude, não é vergonhoso.
Vergonha é sustentar uma personalidade falsa.
Sublimação é a superação.
Hipocrisia é o submundo dos sentimentos.
'Hipocrisia é o transtorno de caráter humano em exigir dos outros o que propriamente não pratica.'
- Eduardo Varandas Araruna
QUANDO ALGUÉM TE MOSTRAR QUEM É, ACREDITE!
No universo dos relacionamentos, sempre existe aquilo que imaginamos e aquilo que acontece de fato.
O casamento, por exemplo, é uma sociedade onde dividimos praticamente tudo.
Conviver diariamente com uma pessoa é uma tarefa nada fácil. Afinal, são dois mundos divergentes que se unem num único propósito: amar, ser amado e ser feliz.
Construir uma vida "juntos", cada um com sua respectiva responsabilidade e quando um dos lados falha, vem as cobranças, discussões e a tão famosa "DR".
Mas será que conhecemos de fato o parceiro ou a parceira que escolhemos para partilhar a vida?
No começo tudo são flores. Declarações e juras de amor, "tudo o que é meu, é seu", "estarei eternamente ao seu lado" e outras inúmeras frases utilizadas pelos apaixonados.
Postagens nas redes sociais, fotos de comerciais de margarina, em público, aparências, no particular, xingamentos, desentendimentos, arrogância e o que é pior, a culpa é sempre atribuída ao outro, 'nunca é minha'.
A realidade não condiz com a "ficção" mostrada aos demais.
Quando o assunto é dinheiro e divisão de bens, ah, o amor acaba e então o pior lado aparece. A mesquinhez, a falta de senso e o "amor" vão embora. Mas com certeza, esse parceiro ou parceira, já dava sinais, nós é que nos tornamos "cegos" por livre escolha.
Por isso, quando alguém te mostrar quem é, acredite.
Passe a enxergar o que sempre esteve diante dos seus olhos.
'Uma vez que você desperta, nunca mais consegue ser o mesmo.' - Marcelo Toledo
A CASA AO LADO
Como o ser humano é inconstante e mutável!
A tendência é sempre a mesma: comparação e autoafirmação.
Já vivi tempo suficiente para deletar certas coisas. Contudo, meu feeling para entender e decifrar o mundo que me cerca, é sempre exacerbado.
Vejo muitas pessoas bem-sucedidas na vida, com propriedades, carros, cargos de confiança, altos salários, mas quase nunca estão satisfeitas. Querem sempre mais. Não se trata apenas de pessoas abastadas, mas também com as de classe social menos favorecida, isso também ocorre.
A "grama" do vizinho é sempre mais verde.
Fico imaginando se isso é inveja, loucura ou falta de lucidez para entender e aceitar que nunca estaremos satisfeitos. Isso é normal ou deveria ser.
O que não é normal é a forma desmedida como ocorre.
Tais situações tornam pessoas outrora centradas, em meros fantoches dos próprios desejos. " Eu quero, eu posso, eu preciso..." Será mesmo?
Não estou dizendo que querer melhorar, ter estabilidade e conforto é errado. Muito pelo contrário, é salutar.
O que me refiro é a suprema comparação e a sensação de inferioridade ao ver alguém se sobressair, ganhando mais e conquistando os objetivos.
A casa ao lado vive sua realidade. Nosso vizinho, colega de trabalho, parente ou amigo, cada um por si só, está vivendo suas lutas e apenas isso.
O que é nosso vem com o tempo, esforço e dedicação.
A melhor sensação que devemos ter é a paz que nos cerca, a saúde e a plena certeza de que dias melhores virão.
"Existem mais coisas susceptíveis de nos assustar do que existem de nos derrotar; sofremos mais na imaginação do que na realidade." - Sêneca
DEBAIXO DO TAPETE
Dentre vários pensamentos peculiares, essa semana tive um insight sob a perspectiva de apenas constatar algumas circunstâncias.
Para algumas pessoas, somos rasos, superficiais e previsíveis. Entretanto, para outras, somos complexos, misteriosos e instigantes.
Porém, o que somos na realidade? O que passa em nossa mente quando ninguém nos observa?
Há certos comportamentos humanos que não condizem com a realidade vivida no cotidiano. Algo que não fica na superfície, mas que é jogado para "debaixo do tapete".
Escondemos das demais pessoas nossa real personalidade, principalmente sentimentos tortuosos, tais como raiva, medo, dor e insegurança.
Uma frase que eu sempre dizia para minha mãe sobre mim era: "não posso demonstrar fraqueza diante dos meus filhos". Isso era ponto de honra para mim, pois eu acreditava (naquela época), que se meus filhos me vissem chorar ou com outro sentimento que me tornasse fraca, não iriam me respeitar, muito menos, me ter como referência.
Hoje, vejo que foi um erro. Pois sou humana, falha e sensível.
Muitas coisas me abalam, mas muitas dessas mesmas coisas me fortalecem e me tornam um ser humano melhor.
Não tenho mais a necessidade de me esconder e nem jogar mais nada, para "debaixo do tapete". Sou sólida, constante e poucas coisas me tiram do eixo.
Demonstrar fraqueza também é um sinal de força.
Assim é e assim tem que ser.
"O que não depende de nós, não nos perturba." - Epicteto
EM FRENTE AO ESPELHO
Por vezes me pego pensando e observo como o tempo passa.
Ainda "ontem" quinze anos, rosto macio, lábios carnudos... Me lembro da pinta que havia no lábio inferior.
Espinhas. Longos cabelos cacheados. Cabeça cheia de sonhos: pular de paraquedas, conhecer a Itália, terra dos meus avós, cursar medicina... Ah, era tudo tão perfeito!
Não via a hora de fazer dezoito, ser independente, viajar sozinha, ter a tão sonhada habilitação (esta tirei somente aos trinta).
Maquiagem? Não, nenhuma, apenas o brilho nos olhos, o sorriso fácil e a doce certeza que seria feliz.
Mudanças no corpo, descobertas, anseios e medos.
Lutas, estações e estados de ânimo estranhos. Ora chorava, ora crises de riso com as amigas.
Projetos e um olhar ao campo vasto das possibilidades.
Via o tempo passar devagar, como a brisa fresca no fim de tarde.
Música lenta e romântica, os primeiros raios de sol na janela, numa manhã de primavera, ah, como era bela a "juventude". Me sentia princesa, às vezes, vilã, mas não perdia o encanto de recomeçar todos os dias. E hoje, em frente ao espelho, vejo os sinais de tudo o que a vida me trouxe. As marcas, as rugas, a experiência e ainda vejo aquela menina que um dia soube o que era "sonhar".
"Eu acho que será para sempre, mas sempre não é todo dia." - Osvaldo Montenegro
A ARTE DA MANIPULAÇÃO
Será mesmo fácil dominar o ser humano?
Por milênios, o homem tenta controlar seu semelhante, quer seja pela ideia, quer seja através do medo, da religião ou política. Pessoas "despertas" dificultam essa tarefa. Afinal, pensar liberta. Liberta das amarras invisíveis, dos laços do controle e das falácias de pseudo libertadores, com suas artimanhas engendradas para dominar, redarguir e "silenciar" aqueles que tentam mostrar a realidade.
Muitos não conseguem tirar a venda dos olhos e passam a pautar seu mundo pelas lentes de verdadeiros lobos vorazes que querem poder, fama, reconhecimento e principalmente, o vil metal, de forma desmedida e aviltante. Não percebem que passam "fome" de conhecimento e esclarecimento e "sede" de libertação e autossustentabilidade.
Me pergunto para quê? Por quê?
Ver o mundo com a noção nua e crua, sem a necessidade de obedecer a dogmas, vertentes e mensagens insalubres. Foi pela obediência cega que dominadores iniciaram guerras, regime nazista, fascista e afins. Um conselho que eu gostaria de ter recebido há muito tempo: passe a enxergar o mundo pelos seus olhos e esqueça a "manipulação". (13/08/2025)
"Afinal, se todas as ovelhas são como lobos, os verdadeiros lobos, se infiltram no rebanho." - Felca
O TERCEIRO LADO DA MOEDA
Foi em uma conversa informal, que acabei tomando consciência de algo, por mim, ainda impensado.
Pois tudo parecia tão claro e meticulosamente acertado, que não me atentei para um detalhe que mudaria minha percepção de vida para sempre. Por anos tive a nítida convicção da divisão das coisas através de um único parâmetro.
Na minha mente inquieta e curiosa, tudo passava por uma divisão com uma precisão milimétrica, tal como uma ciência exata, onde dois e dois são sempre quatro. Um mundo repartido entre bem e mal, certo e errado, esquerda e direita; nada além disso e nessa conversa, um start.
Citei sobre os dois lados da moeda e a resposta que obtive: os três lados da moeda. No mesmo instante, tudo aquilo que eu acreditava estar no lugar certo, não estava. Tudo mudou. Minha visão de mundo, minha responsabilidade pessoal e social e um senso de justiça (aliás, sempre tive) aumentou drasticamente.
O terceiro lado da moeda me fez enxergar além do óbvio, além das aparências, me fez enxergar a essência. (11/08/2025)
"Todas as vezes que você se anula para servir ao outro, você está gerando utilidade, não valor." – publicado originalmente no Instagram de Alexandre Costa, em 2021.
PROVOCAÇÕES
O que dizer sobre quem tem "dois pássaros na mão" e persegue aquele que está "voando"?
Algumas pessoas só irão valorizar depois que perderem e querem recuperar o tempo perdido fazendo apelações, jogos e tendo um comportamento totalmente infantilizado.
Às vezes, tenho certas crises de riso ao ver como lidam com algo tão simples, mas que empregam tempo e energia em subterfúgios, ao invés de investirem em algo produtivo.
Lamentável... Provocações ou atos de desespero por não entenderem que o mundo não gira de acordo com nossa vontade, mas devemos nos adaptar e aprender a nos posicionar, não para agradar a terceiros, mas para conquistar um lugar ao sol que nos preencha de maneira efetiva.
O mundo não vai parar para que eu me adapte, muito pelo contrário. (12/08/2025)
"Ninguém deve ter que carregar o insuportável peso de um colchão pesado nas costas pela vida inteira." - Emma Sulkowicz
ZONA DE CONFORTO X ZONA DE CONFRONTO
Eu cá, pensando... Mundo louco em que vivemos. Então, diante das mais variadas adversidades, eis que surge o enigma: zona de conforto ou zona de confronto?
Pois nos acostumamos tanto naquele "local seguro", que nem sequer cogitamos na anuência da mudança.
Situações cômodas, já inseridas no contexto diário, não nos movem para dar prosseguimento no progresso pessoal e na sociedade como um todo.
Concordar com tudo e aceitar que as coisas são como são, é um caminho perigoso; a validação intimida o salto do raso para um patamar mais dinâmico e nem todos estão preparados para tal.
Prefiro a zona de confronto, já me calei demais e hoje, com a minha visão de mundo totalmente pautada no "real", expresso minhas vontades e verdades, sem medo. (10/08/2026)
"Nenhuma sociedade que sufoca os fortes e protege os fracos da realidade, prospera." - Marcelo Toledo)
EU CONSIGO ME ENXERGAR
De posse de minhas totais faculdades mentais, me proponho a ser quem sou e não aceitar rótulos. A condição feminina, não é e nunca foi fácil. O problema é que com o passar do tempo, foi ganhando notoriedade.
Um grito, antes abafado, hoje ecoa... Sorrir, chorar, tpm, desejos reprimidos, ausências, crises existenciais e aquela vontade de "ser" tudo aquilo que me foi negado.
A sociedade machista, fria, calculista, tenta cercear "nossa" evolução. Não quero tecer aqui um mero discurso feminista, não, eu não simpatizo com isso.
Luta por direitos iguais?? Por quê?? Cada um sabe de si e sabe onde o "calo" aperta. Eu consigo me enxergar e sei onde dói em mim.
Rasgar o verbo, discutir, calar às vezes, ser contida por um abraço caloroso ou um beijo de tirar o fôlego. A alma feminina é diferente, divergente, convergente, reagente.
Quero paz, respirar, pisar no chão com os pés descalços. Sentir a brisa suave, no fim de tarde, assistir ao pôr do sol, sem preocupação, sem pressa.
Ter direito a escolha, seja ela de qual natureza for. Ouvir música antiga com fones de ouvido, desafinar, transpirar, respirar... Às vezes sufoco.
É... Me disseram: "A vida é assim." Será mesmo? Minha ótica factual nem sempre concorda ou discorda, sei lá.
Eu consigo me enxergar.
Vejo as rugas latentes, o branquear dos cabelos, as celulites, afinal, sou mulher, mãe, avó (às vezes me negam esse direito). Mas eu sobrevivo. Caio e levanto-me quantas vezes forem necessárias. Ser forte para mim não é opção, é obrigação.
Nem sempre estou com a razão, mas quero ser compreendida, surpreendida, amada, respeitada. Será que é pedir muito?
Já vivi bastante, não o suficiente. Tenho sonhos para realizar. A luta diária de quem não pode parar.
Não, não é poema, é desabafo de uma alma que grita, chora, acolhe e entende que toda ação gera uma reação. Eu consigo me enxergar. (04/08/2025)
"Eu não uso maquiagem para os outros, da mesma maneira que não decoro minha casa para os outros. Aqui é o meu lar e tudo o que faço é para mim." (Tweet 28/09/2016)
