
PEDRO CÉSAR
PEDRO CÉSAR ALVES

ROMANCE - TEOLOGIA LIBERTÁRIA
Prezado Leitor, você terá contato semanalmente com um capítulo do romance 'A Teologia Libertária', do autor Pedro César Alves, voltado para a temática 'Teolóigica'.
Pedro César Alves é Professor de Língua Portuguesa, Literatura, Redação, Pós-Graduado em: Pedagogia, Gestão Educacional, Literatura Brasileira, Lit. Africana-Indígena-Latina, Gestão de Bibliotecas Públicas; Escritor (mais de 40 livros publicos, impressos e on-line), Jornalista e Editor do site 'Araçatuba e Região'; Fomentador Cultural; Pesquisador.
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FOLHETIM 'ARAÇATUBA E REGIÃO' - DIA 19/07 - EDIÇÃO Nº 41
CAPÍTULO 01 - ELA MARCOU DATA
O ano era 1915. Isabel Quitéria Floresta, jovem de 16 anos vinda da cidade de Belém (Pará) e agora residente na cidade de São Paulo, capital do Estado de São Paulo, que passava por uma rápida transformação, marcada pelo crescimento populacional e pela expansão urbana impulsionada pela cafeicultura e imigração, via-se acompanhada dos pais Davi e Madalena, missionários, e de dois irmãos bem mais velhos que ela: Daniel e Manoel - gêmeos, de 25 anos.
O intuito da família ao sair de Belém (Pará) eram dois: semear a 'palavra de Deus' e buscar melhores condições para a família. Na condição de missionários, os pais se integraram rapidamente a uma igreja: Comunidade Evangélica do Brasil. A integração foi rápida, sem muito questionamento – traziam carta de recomendação. Embora a igreja que frequentavam em Belém não existia ainda na cidade (ou próximo de onde residiam), sentiam-se bem congregados – foram bem acolhidos.
No segundo intuito, a família teve alguns entraves, mas com o auxílio de alguns membros da Comunidade Evangélica do Brasil, conseguiram destravar e começaram a erguer-se economicamente. Os pais foram trabalhar na Tecelagem Labor, os dois irmãos foram contratados pela Loja de Comércio Magna. Isabel ficou em casa – cuidava de tudo.
A família, por mais que tentasse, só conseguia ir ao culto de domingo – com raras exceções; Isabel era mais assídua: deixava o jantar pronto e dificilmente perdia o culto de quarta-feira. Ao acabar o culto, por volta das 21h30, um dos irmãos sempre a aguardava para voltar para casa. E voltavam conversando sobre a pregação do ministro Nobre que, ao pé das Escrituras Sagradas, levava o verdadeiro Evangelho de Cristo a membresia.
Isabel dedicava-se a estudar as Sagradas Escrituras, aprofundando o seu conhecimento (sabia que em pouco tempo poderia estar liderando os jovens – era uma das poucas que sabia ler e escrever). Além de saber ler e escrever como poucos, possuía em si um espírito aventureiro, de querer mais, de querer mais conhecimento.
Em menos de um ano boa parte da membresia da Comunidade Evangélica do Brasil já reconhecia o trabalho que Isabel vinha fazendo, porém algo ainda era preciso: o matrimônio. Para Isabel não era relevante, mas para os dirigentes sim, pois poderiam enviá-la – se casada - junto ao esposo para o 'campo missionário' (num futuro próximo porque 'A ceara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros' – Mateus, 09:37).
Isabel continuou firme em seu propósito: estudando cada dia mais as Sagradas Escrituras e dela tirando o melhor proveito. Já auxiliava nos cultos para os jovens que, naquela ocasião, aconteciam aos domingos pela manhã.
Certa manhã de domingo, ao retornar do culto, achou estranho o movimento que estava acontecendo em sua casa. Ficou pensativa e apressou os seus passos...
Dizem que qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência (conheces a história – ou não?). (02/07/2025)