PEDRO CÉSAR ALVES

PEDRO CÉSAR ALVES

DIA A DIA

Prezado Leitor, você terá contato semanalmente com 'Reflexões do dia a dia', do ponto de vista do autor Pedro César Alves, voltado para a temática 'do cotidiano'.

Pedro César Alves é Professor de Língua Portuguesa, Literatura, Redação, Pós-Graduado em: Pedagogia, Gestão Educacional, Literatura Brasileira, Lit. Africana-Indígena-Latina, Gestão de Bibliotecas Públicas; Mestre em Teologia (doutorando em Teologia); Escritor (mais de 40 livros publicos, impressos e on-line), Jornalista e Editor do site 'Araçatuba e Região'; Fomentador Cultural; Pesquisador.

-- Acompanhe de perto...


HÁ LIBERDADE (OU NÃO)?

Às vezes, estudando um pouco, noto que a verdade, quando se revela, raramente o faz com a delicadeza de uma flor desabrochando, ou seja, surge, quase sempre, com a frieza cortante de uma lâmina. E a mais amarga das verdades que nos toca a alma é esta: o ser humano não é livre!

Pensamos, o tempo todo (ou quase) que a vida é autodeterminação (digo: ilusão). Já pensou – mesmo – que cada passo é uma escolha soberana, cada pensamento um ato de livre-arbítrio? Note que postamos bandeiras à "liberdade", hinos à "independência", mas no fundo, somos apenas personagens coreografados num palco cujas rédeas nos escapam (somos – na verdade – dominados por um sistema).

Pense! Pensou? Então segura: a primeira e mais inegável prisão é a biológica - nascemos, não por escolha, mas por uma casualidade genética. Herdamos um corpo, com suas fraquezas e potências, seu metabolismo e seu prazo de validade. Somos escravos da fome, do sono, da doença e, invariavelmente, da morte. A "liberdade" de não envelhecer, de não adoecer, de não sentir dor é um luxo que nos é negado à partida. (Pensou em tudo o citado aqui?)

Acrescentando mais e mais... Temos a prisão da História e da Cultura – ou seja, ninguém escolhe onde e quando nascer. O idioma que nos molda o pensamento, a moral que nos cerceia a ação, as leis que nos punem o desvio – tudo isso é pré-existente e impositivo. Somos o produto das gerações que nos antecederam, um eco de traumas e triunfos sociais que nos definem o horizonte de possibilidades. O que consideramos "certo" ou "errado" não é uma invenção pessoal, mas herdado, transmitido de berço em berço.

Acrescentando mais e mais e mais... A prisão mais sutil e traiçoeira de todas, é a psicológica! A psicanálise nos desvendou o Inconsciente, essa força subterrânea que comanda, em grande medida, nossos desejos, medos e reações. Agimos movidos por complexos infantis, traumas recalcados e pulsões que a razão se esforça em justificar a posteriori. A "escolha" de hoje pode ser apenas o resultado inevitável de uma carência antiga. Somos uma equação complexa, onde o resultado final é função de variáveis, que se quer conhecemos ou controlamos plenamente.

Ainda que consigamos quebrar as correntes da lei ou da convenção social, jamais quebraremos as correntes da Causa e Efeito. Cada ação é reação, cada pensamento é consequência. O ato de "escolher" não é a criação de algo do nada, mas o mero cumprimento do potencial que nos foi dado (verdade ou não?).

Não há tragédia nisto, apenas um convite à humildade (convite... pense!). Reconhecer a não-liberdade é o primeiro passo para encontrar a única forma de "liberdade" que nos resta: a liberdade da consciência! É a capacidade de tomar ciência das correntes, de analisar os condicionamentos e de posicionar-se perante o inevitável. Não somos livres para escolher o que nos acontece, mas somos livres para escolher como responder a isso.

Finalizando, é de se pensar que nessa pequena margem, nesse hiato entre o estímulo e a reação, que reside a nossa dignidade e a essência da nossa humanidade. Uma dignidade que não reside em sermos mestres do universo, mas em sermos lúcidos prisioneiros na gaiola dourada do Ser. (01/11/2025)


LIBERDADE HUMANA

A vida contemporânea que levamos em nosso cotidiano é tipo um furacão de exigências, um monte de coisa urgente, que, muitas vezes, nos afasta do que realmente importa. Quando começamos a observar a multidão, enxergamos silhuetas de 'gente' correndo atrás de alguma coisa, mas raramente parando para questionar: o quê? Este texto é um convite para reajustarmos a bússola, firmar as coordenadas de uma existência que seja de verdade humana e livre. A seguir, três pontos a se pensar – e que dão suporte para dignidade e autonomia.

O primeiro ponto a se pensar é 'o amor ao próximo' – não o amor poético, mas a ação prática de ver o outro como se fosse a gente mesmo. Num mundo dividido, o amor é a melhor solução contra a indiferença e a separação. É a prática de todo dia sair da nossa "ilha" e construir pontes, dar a mão para quem tropeça e comemorar a vitória dos outros como se fosse nossa. Amar o próximo é perceber a humanidade em cada face, a história complicada por trás de cada olhar.

O segundo ponto que elegi aqui é 'o respeito máximo por todos' – amor sem respeito não é amor. O respeito funciona como uma barreira invisível que protege a liberdade de cada um. É a maturidade de compreender que sua verdade não invalida a do outro, a diversidade. Respeitar significa ouvir sem julgar, discordar sem desmerecer. Isso assegura que, mesmo diante do desacordo, a dignidade individual permanece intocada. Num momento de discursos acalorados e ódios virtuais, o respeito representa a pausa ponderada, o silêncio antes da resposta sábia.

O terceiro ponto é 'o estudo' – que faz a gente pensar por conta própria. A informação obtida a partir dos estudos leva-nos a reflexão (se pensarmos bem, hoje temos muitas informações, mas poucas reflexões). Somos sobrecarregados por narrativas pré-definidas, por algoritmos que escolhem o que vemos e pensamos. Estudar, aqui, não se resume a apenas salas de aula, mas transcende, indo além; uma sede faminta por saber, pelas diversas visões. Ler, indagar, ter dúvidas, e acima de tudo, construir as crenças pessoais. Buscar saber é como uma vacina: nos protege da manipulação. O sujeito capaz de raciocinar autonomamente não é, com certeza, uma folha levada pelo vento das ideias. Ele não se curva às modas, pois possui a âncora do pensar crítico.

Após estas colocações, temos ainda que ter em mente que diariamente temos uma luta crucial – e esta luta não está fora do nosso alcance, mas sim dentro de nós. E, ainda: muitos aceitam um 'papagaio' e não 'um simples pensador'. Precisamos 'ser mais' (e não 'fazer mais'). Precisamos amar para ligar, respeitar para viver juntos e estudar para nos libertar. Afinal, só quem pensa por si, amando e respeitando o próximo, pode verdadeiramente se considerar humano (essa é a revolução que importa). (27/10/2025)


HARMONIA DO COTIDIANO

Falando sobre a felicidade, na verdade, esta não reside em grandes histórias, em eventos bombásticos e raros – ela se esconde nos intervalos da rotina, nos pequenos hábitos que, juntos, moldam uma vida completa. De certa forma, por assim dizer, é uma transformação secreta: apenas para os que realmente observam a vida (e com olhar atento).

Parece 'coisa religiosa', mas não – porém tudo começa com um alicerce firme (a fé, possivelmente). Não a fé rígida (religiosa, de velas e igrejas), mas sim daquela crença simples, quase um segredo, na bondade básica da vida. A fé de que, depois da noite mais sombria, o sol sempre vai cumprir sua promessa de nascer. Pensando poeticamente seria: 'Se não for como eu planejei, será diferente, e haverá beleza nisso tudo'. Uma convicção que se torna a âncora que salva a alma de afogar-se nos dias de tormenta.

E, é sabido que, com a alma tranquila, o corpo relaxa (dormir e dormir bem!). Dormir bem não é apenas um simples descanso biológico; é, na verdade, uma forma de se desligar deste plano terrestre, é confiar à escuridão nossas preocupações. O sono oferece um frescor vital que purifica a alma. E, ao acordar, o mundo ainda repousa em seu silêncio matinal – mas o som musical – mesmo que seja do vento, está presente!

Querendo ou não, a música é a trilha sonora que dá ritmo à preguiça do café, dá cor à correria da manhã. Seja o vento ou outro som, não importa o gênero, mas o tom que ela emana. De fones postados aos ouvidos, as ruas cinzentas são transformadas em passarela... É uma arte que nos lembra da cadência irrefutável da vida.

Vagarosamente somos chamados a observar o mundo – este implora ser observado. A natureza deslumbra – sempre! Observar o sol ou a chuva, ou ainda, o formato das nuvens, da flor que insiste a nascer no asfalto – tudo ao seu tempo. São versos grátis do firmamento!

E, ao observar tudo que nos é oferecido gratuitamente, nasce-nos a leveza. Viver alegremente não é uma obrigação, mas sim, uma escolha estratégica. Essa é a 'armadura suprema' contra o tédio e a maldade alheia. É a escolha de rir, mesmo que a causa seja simples, de presentear um estranho com um sorriso grátis (o bom humor sempre será o oxigênio da sociedade, além de ser o tempero que evita que a vida fique sem graça!). Soma-se, ainda, os bons amigos – que são nossos coautores por esta passagem terrena.

Fechando estas ideias, a soma de tudo não é um tesouro escondido a sete chaves. A poesia do dia a dia, a harmonia do cotidiano, está justamente aí: em juntar momentos, não fortunas! É a obra prima de ter, ao menos, o máximo. E acredite, isto já é, por si só, uma história de vida lindíssima! (26/10/2025)


VIVER ZEN (REINICIALIZAÇÃO MENTAL)

Às vezes ficamos pensando: o que é real e o que não é, mas a verdade é que vivemos preso a um ciclo repetitivo (pelo menos parece), aparentemente sem sentido (monótono, talvez: os mesmos problemas, hábitos e rotinas que se manifestam constantemente – e pior: leva ao esgotamento, à frustração).

Sabe aquelas coisas mínimas: e-mail e WhatsApp que vibram, contas a pagar, e mais contas a pagar – e não paramos para pensar: como estamos? Como a nossa mente está? Possivelmente, a nossa mente está no futuro, ou na correria do dia a dia para dar conta de tudo o que 'inicialmente' colocamos na lista dos afazeres diários – e pior que nunca terminam.

Estamos num 'local' – chamado de mundo, que o fluxo da ansiedade que o ser humano carrega é enorme! Nunca encontramos uma 'pausa' (creio que não temos esse 'botão' para apertar). Ou, só apertamos (o próprio corpo aperta) com o sinal de alguma 'estafa mental', como a Síndrome de Burnout. E a pergunta que precisamos nos fazer é 'como se desprende dessa correria diária e ficamos no modo zen' – como? E sabemos que a resposta não está num aplicativo, mas sim no contexto psicológico: reinicialização mental e emocional – reavaliar a vida e adotar uma nova visão.

Alguns poderão dizer que é 'largar tudo e virar monge', por exemplo. Não é bem assim. Pensar assim é assumir mais erros ainda. A realidade é não deixar que o que você tem te possua – simples, não? Porém, para alguns, torna-se complicado, pois passam de dominadores a dominados. Podemos possuir tudo, mas não podemos ser 'escravos do que possuímos', caso contrário, estaremos vivendo perigosamente no sentido de 'apego'. Viver zen é viver em liberdade. Viver zen é saber que a vida é efêmera. Tudo passa rapidamente, aliás, às vezes, menos de vinte e quatro horas porque nada é permanente. Nada é para sempre! A vida é uma constante atualização. Logo, vivê-la é a melhor parte: sem drama, de mente aberta.

E jamais esqueça de viver o presente – e este sem tédio. Viva realmente o lugar em que você está (com os pés no chão, sempre). Faça uma coisa por vez (sem pensar em outras coisas enquanto faz a que estiver fazendo) – nada de tarefas mentais! Treine a mente para o agora (sabe aquela câmera de alta definição – sim, esta mesma que deve ser usada). Medite – talvez nem será preciso levitar – basta se sentar e respirar profundamente. Fique em silêncio – se faz necessário. Como dizem: faça o download da paz! Simplifique (ou como dizem: menos é mais). Ah, elimine o desnecessário da agenda.

Afinal, viver zen é aceitar que a vida tem altos e baixos – mas a diferença está no modo como atuamos com tudo que nos cerca, logo, devemos atuar de forma consciente. Mente livre, independente do caos que possa estar do lado de fora. E vamos viver o aqui, o agora! (24/10/2025)


A MESA, O ALTAR DE AFETO E A ARQUITETURA DO LAR

Muitas pessoas – principalmente as mulheres – olham para o ato de pôr a mesa como uma tarefa doméstica trivial, rotineira – quase invisível (alguns homens também). Mas, na verdade, será que já paramos para pensar sobre este ato?

É uma cena que se repete quatro vezes ao dia, no mínimo: o café, o almoço, o lanche da tarde e o jantar. Você, caro leitor, já percebeu que, na maioria das vezes, essa ação é executada com esmero pela esposa com esmero (esta, a esposa, é um dos alicerces mais sólidos da vida conjugal e familiar). Ela é, na verdade, a silenciosa arquitetura do afeto.

A vida, por sinal, é uma correria: cada membro 'correndo' para tentar cumprir as agendas apertadas, os prazos fixados do trabalho – mas a mesa posta com esmero (mesmo que na correria da esposa que também trabalha) torna-se um ponto fixo, um 'lugar de encontro' da família. E já ouvi dizer, e concordo, que família não se faz na cama, se faz em volta da mesa!

Olhar a mesa – a toalha bem arrumada (passada), as louças harmoniosas e escolhidas carinhosamente para cada alimento que vai ser servido, o guardanapo dobrado perfeitamente (ou no porta-guardanapo), os alimentos colocados de forma arrumada que enche os olhos... É sabido que, a partir de tudo isso, não há caos de fora que consiga entrar.

Para o esposo, encontrar a mesa maravilhosamente arrumada diariamente não é apenas uma comodidade, é uma demonstração tangível de amor e prioridade. A esposa, ao dedicar seu tempo e atenção para este ritual, diz sem palavras: "Você e nosso momento juntos são importantes demais para serem tratados com descuido ou pressa. Esta é uma celebração diária da nossa união." Na verdade, é um altar onde a comida nutre o corpo, mas o cuidado, a alma. A mesa assim, é um símbolo de respeito, honra e valorização pelo matrimônio e pelo companheiro.

E o significado não para por aí, se expande para a família. A mesa arrumada estabelece uma cultura de dignidade - ensina às crianças, e lembra aos adultos, que o ato de comer em conjunto é um ritual sagrado.

A mesa posta é conexão e presença – um convite a uma pausa (e com tudo desligado – tv, celular – é olho no olho); é memória afetiva – esquecemos o que comemos, mas não a sensação de 'estar à mesa' juntos; disciplina e rotina – a regularidade e o capricho oferecem segurança, carinho, ordem (tudo essencial para o desenvolvimento emocional equilibrado da família; e, finalizando com estética do cuidado – tudo arrumado mostra a beleza e o cuidado da esposa para com o esposo e com os filhos. Vale ressaltar que, tudo junto, a vida dentro de casa merece ser vivida em sua plenitude.

E, quando olhamos atentamente a tudo o citado acima, enxergamos harmonia, paz, perdão, cuidado, equilíbrio, valorização – o verdadeiro significado de ser família, de compartilhar a vida, a boa companhia. E, fechando estas linhas, completo que a esposa não é apenas a anfitriã, é a guardiã do santuário familiar, garantindo que a chama do amor e da união seja alimentada a cada refeição no mais puro ritual doméstico: algo que não tem preço! (23/10/2025)


A RISADA PARCELADA

É de se pensar: o corpo é um arquiteto de emoções. E, na paisagem complexa da interação humana, poucas estruturas são tão reveladoras quanto o riso. Ele – o riso, é muito mais que uma mera emissão sonora; é uma ponte social. Mas se a gargalhada é a ponte estaiada, monumental e ruidosa, a 'risada parcelada' é a passarela de madeira, sutil, que convida à aproximação cautelosa.

Quando a 'risada' é grande (volumosa, por assim dizer), há um propósito: afirmar, celebrar e envolver os que estão perto (e até mesmo um grupo nas redes sociais). E torna-se impossível de ser ignorado. Ele é a entrega, a capitulação total ao humor.

Sabemos, porém, que a vida é feita de nuances, de cômodos em meia-luz e conversas murmuradas (e é muito bom, por sinal). A 'risada parcelada' discreta, o meio sorriso que escapa – se torna uma arte. Ela é, em essência, uma modulação do humor. É o humor que não grita, mas que sussurra um convite para olhar além do óbvio.

Pensando melhor: a 'risada parcelada' é o pagamento em prestações de uma emoção. Por que não pagar de uma única vez com uma sonora gargalhada? Ah... Porque a parcela permite a discrição, o controle, a gestão da vulnerabilidade.

Nas redes sociais, a parcela de ironia (o "rsrs") é a ferramenta favorita do sarcasmo gentil. É o sorriso que diz: "Entendi o que você quis dizer, e eu também sei o que estou dizendo. Mas não vou causar um escândalo por isso." É a cumplicidade que dispensa o aplauso; a parcela da timidez é o medo de ocupar muito espaço; a 'parcela da reflexão', às vezes, o que nos faz rir não é a piada em si, mas a verdade contida nela: "Isso é engraçado, mas também é profundo. Vou segurar o volume para poder refletir sobre isso."

A soma pode nos levar a pensar que a 'risada parcelada' é o riso de quem está sentado na ponta do sofá, oferecendo uma pequena porção da sua alegria para não perturbar a sala toda (cortesia emocional), ou – ainda: a 'risada parcelada' irrompe quando o riso se transforma em pensamento-reflexivo.

A 'risada parcelada', portanto, é a arquitetura da elegância emocional. Ela nos ensina que a força de uma emoção não está na sua potência, mas na sua precisão. Ela não exige a atenção de todos, apenas a compreensão do interlocutor.

Quando você se deparar com um "rsrs" em uma mensagem, ou um sorriso contido em uma reunião, não o interprete como falta de humor, mas sim como a entrega de uma chave. É o convite para atravessar a passarela discreta e entrar no universo particular daquele riso.

Porque se a gargalhada abre portas, a 'risada parcelada' abre a intimidade. E, no xadrez social, a intimidade é sempre a jogada mais estratégica. (13/10/2025)


O EXCESSO DA ESCOLHA – PARTICIPAR OU NÃO?

O título acima – propositalmente – ecoa a pergunta mais exaustiva da contemporaneidade. Não se trata mais da dicotomia clássica entre ser e não-ser, mas entre fazer e não-fazer (participar ou não), entre a hiperatividade glorificada e o ócio, hoje, quase criminoso.

No século XXI, o sujeito moderno, vive sob a égide da positividade tóxica. O "sim, nós podemos" de uma era de liberdade econômica e comunicacional transformou-se em uma autocoerção que nos obriga a ser, simultaneamente, o gestor, o empregado e o principal investidor de nossa própria vida.

A cultura da participação, potencializada pelo sistema de comunicação em rede (as redes sociais), cimentou um modelo em que a ausência é interpretada como fracasso, inércia ou, pior, irrelevância. Não se trata apenas de ter um emprego, mas de ter um projeto — a si mesmo como projeto. É preciso não apenas trabalhar, mas ser engajado; não apenas ter amigos, mas manter uma rede vasta e constantemente regada; não apenas ter lazer, mas praticar hobbies que se transformam em conteúdo para ser compartilhado. O descanso, que antes era uma necessidade biológica, tornou-se uma das últimas afrontas humanas à voracidade do capitalismo contemporâneo, um tempo furtado pelo sistema.

O dilema, portanto, não é sobre a participação cívica no sentido clássico, mas sobre a exaustão da participação em todos os planos. O indivíduo é convocado a estar no trabalho (a flexibilidade do home office apagou as fronteiras físicas, transformando a casa em extensão do escritório – sujeito está sempre online), nas redes sociais (que passa a ser uma vitrine do eu-desempenho: curtir, comentar, postar, atualizar o status, criar stories da vida "perfeita" e exaustiva), saúde e bem-estar (o corpo e a mente também se tornaram projetos de otimização: crossfit às 6h da manhã, a dieta restritiva, o mindfulness obrigatório, o curso de branding pessoal) – e tudo para quê? Para se encaixar no modelo do sujeito otimizado, um ser sem negatividade ou falhas.

A recusa em participar de tudo, em meio a essa turbulência, emerge não como preguiça, mas como um 'ato de resistência cultural'. Não participar de tudo é escolher participar do essencial. É a busca por um cansaço de potência negativa: o cansaço que advém do não-fazer, da inércia contemplativa, do tempo inútil, aquele que não pode ser monetizado ou exibido.

O grande risco da hiperparticipação é a proliferação das doenças neuronais: a ansiedade generalizada, a depressão e, sobretudo, a Síndrome de Burnout — o esgotamento total (que estou me recuperando), que é o subproduto mais cruel da euforia do desempenho. O burnout é a falência do Eu-Empreendedor, o colapso daquele que se explorou em nome da liberdade. (E, pior: muitos acham que é 'brincadeira'!)

Eis a resposta, então, ao dilema: 'não participar de tudo é o novo luxo'. É um posicionamento cultural e sistêmico que busca o reestabelecimento da fronteira entre o público e o privado, entre o tempo de produção e o tempo de ser. Não significa a renúncia ao mundo, mas a escolha consciente de quais batalhas travar, quais redes nutrir e, fundamentalmente, qual silêncio priorizar.

A vida não pode ser a simples lista de presença em todos os eventos, lives e hashtags. Ela deve ser escrita nos vazios, nas pausas não planejadas, no tempo perdido que, paradoxalmente, é o único que nos salva de nos tornarmos meros zumbis produtivos da modernidade.

Portanto, diante do imperativo de participar, a serenidade reside em responder: 'Eu preferiria não'. E que essa recusa seja o primeiro passo para uma ética da lentidão no turbilhão da pressa. (12/10/2025)


PESSOAS DE SEGUNDA MÃO

Antes de quaisquer coisas – apenas pense sobre o título (reflita)! Sei que você ficou pensando em muitas coisas. Exemplificando melhor, sabe aquela camisa que você compra no brechó? Ela tem uma história que não é sua, um cheiro que insiste em lembrar de outro perfume, talvez até um pequeno rasgo discreto que só você nota. Sim... É de segunda mão, mas justamente por isso carrega uma textura mais rica – talvez um jeito estranho de se pensar: algo a mais que 'o original'.

Penso que, de certa forma, nós também somos pessoas de segunda mão. Não no sentido pejorativo do termo, como algo desgastado ou inferior, mas no sentido mais poético e inevitável da existência (faça uma pausa e reflita novamente!). Viemos ao mundo carregando um inventário que não escolhemos – ou escolhemos? (Claro que não!) Somos filhos de segundas chances ou de erros já cometidos. Herdamos o medo irracional de baratas da nossa mãe e o hábito de tomar café puro do nosso avô – e carrego tal hábito até os dias atuais! Nossos ossos e o formato do nosso nariz são cópias reeditadas de pessoas que vieram antes, e os traumas que nos moldam são frequentemente ecos de feridas que não nos pertencem.

Nossas opiniões? Ah, essas são as mais "usadas". Elas se incorporam em nós através de leituras apressadas de manchetes, de conversas de boteco, de livros sublinhados por ex-amigos, de algoritmos que nos mostram o que já gostamos (é só reparar ao procurar 'algo' nas redes que, logo a seguir, outros 'algos mil semelhantes' aparecem. Nosso vocabulário é uma colcha de retalhos costurada com gírias que pegamos emprestadas de séries e expressões que ouvimos no trabalho. Vivemos numa cultura do repost, onde a ideia genial de hoje é apenas a reformulação da ideia genial de ontem.

E isso é uma libertação. Se você é de primeira mão, há uma pressão terrível para ser perfeito. O produto original, lacrado, tem que ser impecável. Mas nós não somos originais, e que bom! Não temos a obrigação de inventar a roda a cada manhã. Ser de segunda mão significa que já fomos testados. Somos a prova de que algo sobreviveu. Significa que a história de outra pessoa nos deu a resistência, o ponto de vista inusitado, a cicatriz que nos ensinou a não cometer aquele mesmo erro.

Quando amamos, amamos com um coração que já foi tocado por outras mãos. Quando nos frustramos, a dor se mistura à lembrança de velhas decepções. Isso não nos torna menos valiosos; nos torna mais profundos (talvez... mais significativos). O amor de segunda mão é um amor mais ciente, menos ingênuo, mais grato por ter sido escolhido 'novamente'.

Somos, todos, uma coleção de influências. Não somos o rascunho. Somos a edição final, a versão aprimorada – ou talvez ligeiramente torta, mas sempre mais interessante – que leva a marca de todas as vidas que nos tocaram. Somos a prova viva de que as coisas não se perdem; apenas mudam de dono e ganham uma nova camada de significado. Somos, de fato, pessoas de segunda mão. E isso nos faz incrivelmente ricos em histórias. 

Já pensou assim? (08/10/2025)


É A ESTRELA... É A HORA

Pensar em estrelas... talvez seja poético. Talvez seja inspirador (apesar de eu pensar que inspiração no ato de escrever não passa de cinco por cento, os outros noventa e cinco por cento é transpiração – é a briga constante com as palavras, com as ideias).

Estrela! Possivelmente pode evocar a imagem do pôr do sol ou do amanhecer, momentos de transição que não são estrelas, mas brilham com sua própria luz. Pode ser uma reflexão sobre o tempo, ou uma abordagem mais íntima (pessoal), e até algo mais grandioso – tipo universal.

Talvez não seja a estrela, mas é a hora. A hora de parar, de respirar, de observar o céu que se pinta de cores que não se repetem. É o momento em que o sol se despede, sem pressa, deixando a promessa de um novo encontro. É a hora em que a vida desacelera, em que os ruídos do dia se acalmam e a gente encontra um tempo para si. A hora de deixar ir, de perdoar o que não deu certo, de agradecer pelo que passou. É a hora de se preparar para o que vem, com a serenidade que só o entardecer pode nos dar. Não é estrela, mas é a hora. E essa hora, com sua beleza fugaz, nos lembra que cada momento tem seu próprio brilho, sua própria importância.

Não é estrela, mas é a hora. A hora de brilhar, de se mostrar. Não precisa de holofotes ou aplausos, apenas da própria luz. A vida, às vezes, parece uma noite escura, mas mesmo na mais profunda escuridão, sempre há um momento para reacender a chama. É a hora de acreditar em si mesmo, de dar o primeiro passo, de fazer a diferença. É a hora de ser a própria revolução. Não se compare com as estrelas no céu; a sua hora é agora, aqui, na Terra. Não é estrela, mas é a hora.

Não é estrela, mas é a hora. A hora em que o firmamento se veste de um manto de tons alaranjados e rosados. O mundo para por um instante para testemunhar a majestade do crepúsculo. É a hora em que a natureza ensina sobre a beleza da transição. Não é estrela, mas é a hora. É o tempo do milagre cotidiano, o ciclo de morte e renascimento que se repete a cada 24 horas. É a hora que 'nos lembra que, mesmo sem ser uma estrela, podemos ter a nossa própria luz, a nossa própria beleza e o nosso próprio impacto no mundo', por mais breve que seja. (29/09/2025)


O BRASIL DOS BRASILEIROS – PARTE 02

Para entender bem os partidos políticos é só pensá-los como times de um campeonato, ou seja, ninguém joga sozinho, certo? Na política, é a mesma coisa.

Quando se joga, todos têm a mesma intenção (algo em comum). Um partido político é formado por pessoas que pensam de maneira parecida ou que têm objetivos semelhantes para o país. É o lugar onde elas se juntam para ter mais força. Os candidatos são escolhidos pelos partidos para os cargos de: vereador, prefeito, deputado estadual e federal, governador, senador e presidente.

Logo após o processo acima, vem o filtro popular, ou seja, os eleitores que votam em um determinado candidato, na verdade, o eleitor está dando voz a um partido e às ideias dele. Se o partido de "esquerda" ganha, espera-se que ele implemente políticas mais sociais. Se o de "direita" ganha, espera-se mais foco no mercado e menos no governo.

Alguns eleitores – por falta de conhecimento, podem perguntar: 'Para que partidos?' – e a resposta é bem simples: sem partidos, a política seria uma confusão de milhares de pessoas sozinhas. Os partidos, através dos eleitos, organizam o debate, dão uma identidade clara às propostas e fazem a ponte entre o eleitor e o poder.

Já o Congresso Nacional, podemos dizer que é 'a Grande Arena do Debate', é o coração acontece da nossa democracia e funciona verdadeiramente como 'uma grande arena de debates'. Essa Arena fica em Brasília (DF) e é dividido em duas "casas": a Câmara dos Deputados e o Senado Federal.

Na Câmara dos Deputados temos 513 deputados federais que representam o povo (para quem não tem conhecimento: o número de deputados que um estado tem depende do tamanho de sua população). E a principal função dos deputados federais é a discussão sobre 'as leis' (sobre como elas são feitas / apresentadas – ou seja, as ideias transformadas em texto legal).

Já no Senado Federal temos 81 senadores – que exercem o cargo por 8 anos – que representam os Estados e o Distrito Federal. A principal função do Senado é 'revisar' o que a Câmara dos Deputados fez, ou seja, revisa, modifica (se necessário) e/ou aprova; somado, ainda, tem o papel crucial em fiscalizar o governo, aprovar nomes importantes (como ministros de tribunais) e autorizar empréstimos internacionais.

Sendo assim, temos que ter a consciência de que a política é uma 'negociação contínua'. Os partidos são os grupos que trazem suas visões para dentro do Congresso. Lá dentro, os deputados e senadores, mesmo sendo de partidos diferentes, precisam conversar e negociar para que as leis sejam aprovadas (e por isso – atenção: há projetos de leias que demoram a sair do papel, demoram a virar 'leis').

É preciso entender que o 'sistema' é lento – exatamente para ser debatido (aqui – pensando de forma clara: depende do conteúdo a ser analisado para tornar-se lei). Por outro lado, podemos pensar que a lentidão garante que uma lei não seja aprovada de forma apressada ou autoritária, pois ela precisa do consenso de muitos representantes de diferentes regiões e ideologias (melhor pensar assim...).

Após estas rápidas explicações, fica claro que a atuação dos partidos no Congresso é tão fundamental: é ali que a 'vontade da maioria' se transforma em realidade para o país (exceto questões salariais do povo!).

Será que ficou claro? Ou não? Ou, o que mais intriga o leitor sobre o funcionamento da política? Envie sua pergunta e tentaremos esclarecer dentro do possível. (05/10/2025)


O BRASIL DOS BRASILEIROS – PARTE 01

Outro dia um 'camarada' me perguntou o porquê de eu não escrever sobre a política brasileira. E fui sincero em dizer: 'Camarada, com toda certeza, é um assunto polêmico e envolve muitas e muitas situações'. Então, a pedido dele, traço alguns pontos que serão interessantes de pensarmos juntos. Vale lembrar que o Brasil tem um cenário político complexo, logo, as expectativas para o futuro são influenciadas por diversos fatores, tais como: Cenário Econômico, Polarização Política, Questões Sociais e Ambientais, Justiça e Corrupção, o Papel dos Partidos (e o Congresso Nacional) – ente outras.

Na Situação Econômica o país vive um momento em que o governo atual busca um equilíbrio entre a responsabilidade fiscal e o crescimento econômico. O sucesso em conter a inflação, atrair investimentos e gerar empregos fortalece a base de apoio do governo (enquanto dificuldades nessas áreas podem intensificar as críticas e a pressão por mudanças).

A Polarização Política no Brasil continua sendo uma característica marcante. A divisão entre diferentes grupos ideológicos pode dificultar o diálogo e a busca por consensos em questões importantes. As próximas eleições serão um termômetro para essa polarização e para a popularidade das diferentes alas políticas.

Outra pauta importante: Questões Sociais e Ambientais que ganham cada vez mais destaque. É muito observado a maneira como o governo lida com essas questões como o desmatamento da Amazônia, a desigualdade social e os direitos de minorias - tudo é observada de perto, tanto no Brasil quanto no exterior. E vale dizer que a pressão internacional e a cobrança da sociedade civil organizada podem influenciar as políticas públicas adotadas.

Querendo ou não, o papel do Judiciário na política brasileira é importantíssimo (ponto de atenção). A forma como o Supremo Tribunal Federal (STF) atua em relação a casos de corrupção e a questões políticas pode gerar instabilidade ou ser vista como uma garantia de ordem (o povo prefere o segundo). E vale lembrar, também, que a luta contra a corrupção continua sendo uma demanda importante da população.

Sobre Partidos Políticos e Congresso Nacional: na próxima Edição serão abordados. É importante o povo saber sobre eles - então não deixe de ler as próximas edições. (26/09/2025)


UM ESTRANHO NO PEDAÇO

Às vezes paro e observo as pessoas – uma mais estranha que a outra – talvez eu também seja um estranho a outras pessoas. Possivelmente eu e você já paramos e observamos aquele cidadão de barba que parece esconder segredos, ou aquele vizinho que rega as plantas todos os dias: exatamente às seis horas da manhã, faça chuva ou faça sol. Sim, mesmo chovendo ele faz (ou, pior: lava a calçada com a chuva caindo!)

Sim... São esses pequenos detalhes, essas manias e gestos, que transformam uma pessoa "estranha" em um personagem intrigante. Intrigante do ponto de vista do observador – porque o observador passa a 'pesquisar' a estranheza do sujeito em questão.

Eu – pelo menos, quando observo uma pessoa, presto muita atenção aos pequenos detalhes. E esses detalhes que a torna única (para o meu ponto de vista). A forma como ela deixa a barba feita, ou como rega as plantas – ou ainda, como segura a xícara de café, ou a expressão no rosto enquanto espera o ônibus, a maneira como gesticula ao falar no telefone. Esses detalhes são a porta de entrada para uma história (pelo menos para quem gosta de escrever).

Esses detalhes, essas observações, transformam tudo em uma narrativa interessante. Não me preocupo em adivinhar a verdade, mas em criar a minha própria versão da história sobre 'essa pessoa'. E aqui fica o pensamento a vagar: o que ela fez antes de me ver? Ou, o que ela fará depois? E assim deixo a minha imaginação guiar o caminho dos meus escritos. (24/09/2025)


A NOSTALGIA PRESENTE

Do meu ponto de vista, a vida nostálgica é uma jornada gentil de volta a um tempo que, embora não possa ser fisicamente tocado, continua a pulsar em meu interior.

Ela – a vida nostálgica, não se manifesta em grandes eventos, mas nos detalhes silenciosos e preciosos do cotidiano. Começa no final da tarde, quando a luz do sol se inclina e entra pela janela, pintando o chão de madeira com tons dourados e aquecendo a poeira que dança no ar. É o momento em que o mundo desacelera e a minha alma encontra um refúgio.

Provavelmente – neste momento – o ritual se inicia! E, nada melhor que a melodia suave de um disco de vinil. O chiado da agulha deslizando sobre o acetato é a trilha sonora perfeita para a jornada. Cada nota musical, um eco de outras eras, evoca um sorriso meu. A vitrola, com sua madeira polida, parece mais do que um objeto; é um portal para um passado cheio das minhas histórias.

Então, respiro fundo e o cheiro do café fresco, o aroma reconfortante que permeia a casa, misturando-se ao cheiro do bolo de fubá que a minha avó preparava em sua cozinha acolhedora. O sabor adocicado e a textura macia do bolo são mais do que uma simples guloseima; são a materialização da minha infância, das tardes de riso e das conversas que se estendiam sem pressa, com a brisa suave na varanda.

Ao lado, em uma poltrona macia, repousa um livro antigo, com suas páginas amareladas e a lombada gasta (de tanto eu lê-lo). É a lembrança de um mundo onde as palavras eram as únicas companheiras nas minhas noites frias (ou quentes). As anotações nas margens, feitas há anos, são pequenos tesouros, fragmentos de um eu mais jovem, cheio de curiosidade.

Entre tantas outras lembranças, a nostalgia é a arte de viver no presente, mas com o coração sempre aberto para as maravilhas do passado. É a gratidão por cada momento que me moldou e a consciência de que, embora o tempo avance, as melhores partes da minha história permanecem comigo. Ela me ensina que, para onde quer que a vida me leve, sempre haverá um lar em minhas memórias. (20/09/2025)


A VIDA NÃO É ASSIM

Talvez... A vida não é assim como pensamos, ou como queremos, mas é a vida. E a vida é o nosso dia a dia tal qual acontece e não como imaginamos.

Li – várias vezes, que fazemos a nossa vida como queremos que ela seja, porém, não é bem assim. Às vezes, acontecem muitos problemas que não conseguimos interferir (ou solucionar), ou mudar o curso da mesma – e a vida passa a não ser como queremos. (Mas a vida é real!)

Tendo em vista que na maioria das vezes não conseguimos interferir, aceitar – talvez – seria o melhor (em alguns momentos), tipo aquela expressão: 'aceita que dói menos'; aceitar, de certa forma, é uma opção – mas jamais parar de lutar por melhorias. A vida sempre seguirá o seu curso!

Alguns (leitores) poderão dizer que é exagero, outros concordarão – porém, a visão que um tem sobre a vida no dia a dia só lhe pertence – e a ninguém mais! Aos outros cabe 'aceitar', sem interferir (são escolhas). Escolhas são pessoais – nada mais!

A vida – realmente – não é assim: do jeito que gostaríamos que fosse; porém, cabe a cada um fazer dela o melhor para si e, quando possível, para os que estão 'próximos'. Escolhas são escolhas – logo: escolha ser você mesmo (a), independente do que vão dizer sobre você. Cada um de nós somos 'senhores de nossa vida'. (18/092025) 


A ALMA HUMANA

Quando penso que o ser humano tem 'alma' – penso (ou imagino) como ela seria (ou é). A alma humana – provavelmente – é um oceano profundo e misterioso, onde as ondas da emoção se encontram com as profundezas da consciência. Outros dizem que é o santuário do ser, onde habitam os segredos mais íntimos e as verdades mais universais (creio que sim!).

Na alma, creio eu, coexistem a luz e a sombra, a beleza e a dor, a sabedoria e a ignorância (sempre a presença dos dois lados 'das coisas'). É o palco da luta entre o ego e a essência, entre a máscara social e a verdadeira natureza. Aqui – os dois lados – representam-nos em tudo – e não adianta correr... Sempre foi, é e será assim: 'sombrio ou misterioso'.

Afinal, fico pensando: o que é a alma? É uma entidade separada do corpo ou uma expressão da sua complexidade? É uma centelha divina ou uma construção da mente? – perguntas misteriosas, ou – se vista por outro lado: complexas de se responder frente ao pouco conhecimento humano (e não é porque não estudamos, pelo contrário: complexo mesmo!).

Acredito eu – e mais outros estudiosos, que possivelmente a alma seja tudo isso e mais (e muito mais!). Talvez seja o fio que nos conecta ao universo, ao outro e a nós mesmos – bem pensativo fico aqui neste ponto: conexão ao universo, ao outro e ao meu próprio 'eu'! Talvez seja o mistério que nos torna humanos, o que nos faz buscar sentido e propósito. Sendo assim, os mistérios que nos cercam passam a ser – por não entendermos ainda, os mais profundos! (05/09/2025)

Carl Jung: "Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana."


JESUS X JESUS

Às vezes fico a pensar nas tantas coisas que leio, que ouço (a partir de vídeos, de pessoas conceituadas, tecnicamente dizendo) e fica uma dúvida – creio que no leitor também – principalmente no leitor que estuda, pesquisa.

E não é questão de crer ou não crer, de fé ou não, é questão de conhecimento. É sabido que a Ciência e a Religião podem andar juntas (até que ponto não sei exatamente dizer), mas uma pode ajudar a compreender a outra, como também pode uma causar dúvida na outra (pelo menos para aqueles que não estudam e querem levar de qualquer jeito – e refiro-me aqui de qualquer jeito àqueles que apenas acreditam no que ouvem, sem uma pesquisa de verdade).

Logo, os 'Jesus' que coloco aqui são duas vertentes – entre as mais e mais existentes: a primeira é a vertente do Jesus da fé (da Religião), que eu acredito ser criado pelo Império Romano (pois, pra mim, Jesus pode ter existido no sentido de um grande mestre / de uma mente super-hiper-mega consciente que veio trazer conhecimento a humanidade, mas a Religião transformou) e o outro é o possível Jesus histórico / real (que possui poucas evidências) e que também, do meu ponto de vista, veio para trazer conhecimento a humanidade (como citei acima).

Entre um Jesus e outro – prefiro ficar apenas nos meus pensamentos a borbulhar sobre eles – e continuarei a estudar, a ler, a pesquisar sobre o assunto, pois – como sempre digo: Religião para mim é um caso de 'amor sem fim', é algo discutível até o ponto que é preciso pôr um basta para não virar 'briga com separação'. Jesus sempre será um grande mestre para mim que passou na Terra / uma mente consciente que deixou conselhos e mais conselhos aos homens para que estes começassem a encontrar o caminho de luz – e o caminho de luz é interior: Deus é Luz Interior (somos deuses, logo, somos luzes!). (24/08/2025)


O SEGREDO DA SABEDORIA

Você sabia que 'o segredo da sabedoria' não é algo que possa ser encontrado em um livro ou fórmula mágica? E pelo simples fato de ser uma jornada contínua, uma mistura de diferentes elementos que se complementam. Quando começamos a pensar, podemos chegar a alguns 'denominadores' que são importantes para a composição da sabedoria – entre eles: curiosidade constante, reflexão profunda, experiência prática, empatia e compaixão, aceitação e incerteza.

Ao ser pensante, a sabedoria começa com a vontade de aprender, ou seja, ser humilde e admitir que não se sabe tudo e, por conseguinte, ter a curiosidade genuína de buscar novas informações, perspectivas e experiências; nas questões reflexivas, não basta apenas absorver informações – lembre-se de que o sábio dedica tempo para processar o que aprende, questionar suas próprias crenças e entender o porquê das coisas (a reflexão transforma informação em conhecimento).

Ao obter os conhecimentos e colocá-los em prática, automaticamente, por assim dizer, a sabedoria se aprofunda e, para que tudo isso se 'encaixe', enfrentar desafios, cometer erros e aprender com eles são partes essenciais desse processo (vale ressaltar que a experiência é a escola que ensina as lições mais valiosas); é importante pensar / saber que a sabedoria verdadeira não é apenas a intelectual, mas também inclui a capacidade de se colocar no lugar do outro, de entender suas emoções e de agir com bondade (a sabedoria sem compaixão é apenas um conhecimento frio).

As pessoas que são sábias entendem que a vida é cheia de complexidades e que nem todas as perguntas têm respostas fáceis (ou tem?). Eles aceitam a incerteza e conseguem tomar decisões mesmo sem ter todas as informações.

Logo, pense: o segredo da sabedoria não é apenas saber muito, mas saber como e por que aplicar esse conhecimento para viver uma vida mais plena, com mais propósito e mais conectada com os outros. Como sempre digo: é um processo contínuo de aprendizado, reflexão e crescimento. (20/08/2025)


MINHA CASA, MEU MAPA

Pensando melhor, e com todos os neurônios que ainda me restam em funcionamento, percebi certas verdades em alguns estudos 'astrológicos', se assim posso dizer. E, um me chamou a atenção: conforme a minha casa está, assim a minha vida está também – a casa é um 'mapa do meu eu'.

Explicando: como a nossa casa está mostra quem somos / o que vivemos em nossa vida. Ou seja, cada parte da casa 'significa' uma parte da nossa vida. A sala é a parte social (a minha, por sinal, bem arrumada!); onde se alimenta é a família (os meus já estão cada um em suas respectivas casas); a cozinha onde se mostra o dinheiro (se é organizada, alimentos organizados, a vida financeira vai fluir – ou, como a minha: a caminho); o quarto é a intimidade (questões amorosas); e o banheiro é como se organiza.

Pensei, pensei e cheguei a uma conclusão: faz-se necessário manter tudo arrumado, não fugir do' mapa', custe o que custar. (OBS.: há coisas excelentes nos podcasts.) – (19/08/2025)    


O REINO DA PAZ

Sem sombra de dúvida, o que mais o ser humano precisa é de paz! E paz – repetidas vezes, é paz! E basta! (Para atinggirmos a paz podemos considerar, em parte, a tranquilidade – e só se alcança tendo uma visão interior, espiritual, e esta aguçada.)

O ser humano para atingir a paz que tanto necessita precisa estar em 'paz' com o seu interior – em primeiro lugar, depois com os outros, com o que está em volta dele. Precisa, com toda certeza, estar em um estado de harmonia interior (começa de dentro para fora), sereno e equilibrado – e, quando atingir este estágio (sem conflitos internos), estará em pleno alinhamento entre mente – corpo – espírito.

Às vezes, podemos perguntar: 'como alcançar'? Em primeiro lugar o ser humano precisa ter em mente que não depende de circunstâncias externas (ou, seja, um mundo sem problemas), mas sim quando o próprio ser humano resolve os conflitos internos (pessoais). E resolver conflitos próprios é reconhecer que é falho, que tem imperfeições, que vive de acordo com seus valores – e sempre fazendo o melhor possível para si (em primeiro lugar) e para o próximo.

E, complementando: não fazer julgamento (nem a si nem ao outro), viver plenamente o agora (sem amarras ao passado ou ansiedades futuras), ser capaz de lidar com as emoções ('tirar de letra' a raiva, tristeza – entre outras) e, como sempre comento: estar ligado a um Ser Maior, a um Ser de Luz (natureza, força espiritual, universo).

Se o ser humano realizar tudo acima (ou, pelo menos boa parte), encontrará a tranquilidade, a felicidade (momentos felizes dentro de si) e tudo independente do que estiver acontecendo ao seu redor. Logo, o refúgio interno – a essência – estará sempre acessível. (18/08/2025)


A VOZ DO SILÊNCIO

Nem sempre (mas às vezes), pego-me a pensar sobre o silêncio. E este, por sinal, é maravilhoso. Talvez seja a questão de idade que já me pede por isso: silêncio.

E na voz mansa e suave do silêncio reino pleno, absoluto. Reino no sentido de ter a paz que tanto necessito. E reinando na paz, começo a ouvir cada vez mais o meu interior, o 'meu eu' que, às vezes, grita por socorro. (E creio que deve acontecer com muitos, mas nem todos estão preparados para viver este momento.)

A Voz do Silêncio clama em bom tom – e poucos a compreendem. Clama pelo socorro do próprio 'eu interior', que deveras fica esquecido (largado ao léu, ou sei lá onde!) – se todos a ouvissem, com toda certeza, muitas mudanças já teriam acontecido por aqui.

Voltando ao meu eu – ao meu 'pego-me a pensar' – o silêncio é algo tão bom, tão necessário, e que poucos compreendem, que chega a fazer-me falta quando não penso nele, ou ainda, quando não o coloco em prática. Na prática do silêncio se vê as maravilhas do mundo acontecendo: uma após a outra. (Só a idade nos ensina... os mais jovens, um dia, compreenderão a necessidade do silêncio.) (15/08/2025)


VIDA FELIZ E PONTO (?)

Na maioria das vezes as pessoas querem pensar que a felicidade é plena, porém, as mesmas sabem que não. (Enganar o cérebro, possivelmente, faz bem...)

Se assim for, com supostas 'enganações', mais cedo ou mais tarde, tudo vem à tona – inclusive para a nossa parte do corpo pensante. Tentar ludibriar faz parte da natureza humana (mas é passageira).

E, se pensarmos assim, passamos a ser 'a raça' mais perigosa do planeta (ah, creio que não é de hoje!). E pior: alguns até esquecem quem são! E quando 'esquecem' quem são – com toda certeza, passam a ser transformados pelas outras pessoas que passam a fazer o que eles querem que sejam.

Porém, o lado feliz sempre existirá – mesmo que não seja de forma contínua (e nunca será). Não é milagre – é a vida acontecendo; ou seja, é o milagre da vida acontecendo, que já é um 'poder natural' do planeta Terra.

Logo, ser feliz é uma das condições que o ser humano tem aqui neste Planeta Azul. Aproveitar cada momento faz parte de 'viver aqui'. Viva. Sinta felicidade – e nunca coloque um ponto final, coloque reticência (...). (14/08/2025) 


DESPERTAR DA ALMA

Às vezes, queremos 'despertar', mas nem sempre conseguimos – e, por trás de tudo isso, há sempre motivos: questões espirituais (e são muitas!). E estas, querendo ou não, atingem os mais diversos planos que devemos viver.

Planos estes espirituais – de frequência. Ou seja, a jornada espiritual que precisamos atingir, nem sempre alcançamos – as barreiras terrestres aparecem, e – na maioria das vezes, não conseguimos ultrapassá-las. (E não conseguimos porque não fomos sendo preparados ao longo do 'caminho'.) 

O Ser Humano é um poço de indagações – e não é para todos, porém os mais desenvolvidos sempre questionarão: de onde viemos, o que fazemos e para onde iremos... São indagações que poucos fazem – a grande maioria aceita as 'fabulosas histórias' que são contadas há milênios, e cada vez mais tomando rumos diferentes das originais (se assim podemos dizer).

E, quando tomam rumos diferentes das 'possíveis originalidades', com toda certeza o Ser Humano se distancia do 'plano ideal' de frequência para alcançar o topo necessário da evolução humana. E, sendo assim, a jornada espiritual nunca se completa (independente do credo religioso).

Verdade ou não, é de se pensar nas informações que ao longo dos anos a humanidade foi adquirindo e passando de geração para geração – e, possivelmente, as próximas gerações terão outras teorias para discutirem sobre a jornada espiritual que o Homem precisa trilhar. (13/08/2025)


ESTOU SUMINDO? (OU NÃO...)

Não – eu não sumi, ainda não.

Se eu sumir, o que vai acontecer com você?

Sim, com você, caro leitor. Você que me segue nas Redes Sociais não terá mais os meus textos diários, as minhas reflexões, a 'minha mente' – na verdade, a minha mente você a lê nos meus textos.

Fico pensando em você e por isso não sumo! Imagino, pois, você abrindo as Redes Sociais e não encontrando a 'minha mente': o que seria de você sem minhas reflexões?

Não estou sendo extremo em meu pensamento (ou estou?), estou simplesmente conjecturando algo que pode ou não ser real. Ao conjecturar sobre o citado acima, fico a imaginar a sua aflição, leitor.

Aflito, talvez, por gostar das minhas reflexões (ou de mim), não é mesmo: E então aparece o questionamento: o que será que aconteceu com ele? Seria uma preocupação. Então, (talvez) para alguns seria um alívio, para outros – como acabei de dizer: um pesadelo.

Entre uma coisa e outra, alívio versus pesadelo, resolvi que permanecerei por aqui e intensificarei minhas postagens, porém: mais curtas, mais reflexivas, mais contundentes com a realidade. E até a próxima! (12/08/2025)


RECOMEÇANDO A VIDA (A QUALQUER TEMPO)

Para o ser humano, em especial o homem, às vezes é complicado recomeçar após determinada idade (complicado sim, não impossível). E, após um vídeo que assisti, fiz algumas reflexões e concordo que tudo é possível...

Pensando melhor, cada um sabe o tamanho / número do calçado que usa. Ou seja, se é determinado número, não é menor e nem maior. Quando o número não é o certo, quando é menor, é preciso se 'espremer' para se usar (ou seja, se faz necessário 'diminuir para usar', diminuir para 'caber na vida do outro'), e quando é maior, é preciso 'ultrapassar os limites', usar 'meias' para poder servir (não ficar 'folgado', 'balançando').

Mas, será que é preciso se 'espremer' ou 'ultrapassar' os próprios limites para estar ao lado de alguém? Depois de pensar um pouco, de muita reflexão que implica em tomada de decisões – que nem sempre são fáceis, o melhor a se fazer é: não faça nada que te tire do 'seu normal' – ou seja, você sabe o número do seu sapato. (Nem mais, nem menos – o número correto!) E mantenha sempre o que há de melhor: a paz! 10/08/2025