
FERNANDA COLLI
FERNANDA COLLI

DE DENTRO PRA FORA
Prezado Leitor, você terá contato semanalmente com assuntos 'motivacional e analítica sentimental', da autora Fernanda Colli.
Fernanda Colli é Fernanda Colli é Arte Educadora, professora, pesquisadora, escritora e mãe. Membro da Academia Araçatubense de Letras, é atualmente presidente da comissão Infantopedagógica da IOV Brasil. Com um olhar sensível para os sentimentos e o comportamento humano, estreia sua coluna no jornal / site, onde escreve sobre sentimentos, cura, comportamento e os caminhos sutis que conduzem ao flores-cimento interior.
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FOLHETIM 'ARAÇATUBA E REGIÃO' - DIA 19/07 - EDIÇÃO Nº 41
SOMOS O QUE PODEMOS SER
Vivemos na era do desempenho absoluto. Somos pressionados, desde cedo, a sermos o que "devemos ser": filhos exemplares, estudantes perfeitos, profissionais incansáveis. Mas há uma pergunta muito mais profunda que se esconde por trás dessas cobranças: afinal, somos o que querem que sejamos ou apenas o que podemos ser?
Ao longo da história, o ser humano se orgulhou de superar limites – físicos, tecnológicos e emocionais. Descobrimos curas, exploramos oceanos, pousamos na Lua e estamos perto de chegar a Marte. Mas, enquanto indivíduos, somos apenas aquilo que nossas forças, condições e histórias nos permitem. Isso não significa acomodação, mas reconhecimento da realidade. Um corredor pode treinar para alcançar sua melhor marca, mas jamais ignorará os limites naturais de seu corpo. Da mesma forma, um trabalhador pode se dedicar ao máximo sem, contudo, negar sua saúde mental ou dignidade.
Aceitar que "somos o que podemos ser" não é desistir de crescer; é ter clareza sobre as próprias capacidades, vocações e, sobretudo, o tempo necessário para florescer. Em um mundo que exige velocidade, muitas vezes o mais revolucionário é cultivar a paciência de ser, no presente, o melhor possível – e não o que é imposto como ideal inalcançável.
Por fim, ser o que podemos ser também significa reconhecer o outro: cada pessoa carrega histórias, dores e batalhas invisíveis que determinam quem ela consegue ser hoje. Mais compaixão e menos julgamentos construiriam um caminho social mais digno e humano, no qual ninguém seja definido apenas pelo que aparenta, mas valorizado pelo que é capaz de se tornar.
Em tempos de pressão e imediatismo, que saibamos respeitar nossos limites e, ao mesmo tempo, sonhar com a próxima etapa. Porque, no fundo, seremos sempre isso: o que podemos ser – hoje, amanhã e em cada novo recomeço. (02/07/2025)