PEDRO CÉSAR ALVES

PEDRO CÉSAR ALVES

TEOLOGIA SEM TRAVAS

NADA CONTRA A FÉ DE NINGUÉM... APENAS UM ALERTA PARA A VERDADE QUE NÃO TE MOSTRAM!

Prezado Leitor, você terá contato semanalmente com 'Conhecimento Teologico', do ponto de vista do autor Pedro César Alves, voltado para a temática 'Teolóigica', somado a assuntos diversos dentro do 'falso' Sistema Religioso imposto a maioria (poucos são os libertos!).

Pedro César Alves é Professor de Língua Portuguesa, Literatura, Redação, Pós-Graduado em: Pedagogia, Gestão Educacional, Literatura Brasileira, Lit. Africana-Indígena-Latina, Gestão de Bibliotecas Públicas; Pastor, Mestre em Teologia (doutorando em Teologia); Escritor (mais de 40 livros publicos, impressos e on-line), Jornalista e Editor do site 'Araçatuba e Região'; Fomentador Cultural; Pesquisador.

-- Acompanhe de perto... 


O EVANGELHO DE JUDAS

Terminei de ler o livro 'O Evangelho de Judas' – que é um relato secreto da revelação feita por Jesus em conversa com Judas Iscariotes. E, para meu 'deleite literário', tudo que eu já havia estudado sobre, realmente está ali.

Antes de comentá-lo, recomendo aos que não possuem mente aberta para ler, que não o leia (refiro-me aqui àqueles que acreditam apenas na Bíblia, que é um grande erro em conhecimento; só para ilustração: há outros Evangelhos, mas o bispo Irineu, de Lion, decidiu que apenas os quatro Evangelhos constassem da Bíblia: Mateus, Marcos, Lucas e João, citando os outros como hereges, e bem sabemos que outros que ficaram de fora trazem a verdadeira história, enquanto os quatro aqui citados trazem o seu contexto à luz do Império Romano...). O livro em questão trata-se de um texto apócrifo, onde é retratado não um Judas traidor, mas como o apóstolo favorito de Jesus, a quem o Mestre passou os ensinamentos mais profundos – e a entrega de Jesus por parte de Judas aos soldados se deu como um ato de obediência (uma ajuda ao Mestre para este se livrar do corpo material e libertar o seu espírito). E – sem delongas, Judas é tido até os dias atuais como o vilão da história (para os fiéis), mas para quem estuda / pesquisadores, é o começo da história, por assim dizer.

Ao terminar de ler o livro (que contém introdução, o texto em si, e os comentários da trajetória do 'texto achado' até a tradução e disposição a nós leitores) fica notável que Judas era o preferido de Jesus, o mais próximo do Mestre, o apóstolo que tinha maior capacidade de compreensão dos ensinamentos de Jesus (o homem a quem Jesus mais confiava – e confiava mais que nos outros apóstolos) e a este revelou verdadeiros segredos sobre o mundo (cosmo) e sobre o Pai – verdadeiro Deus.

Ao lermos a Bíblia – a que nos foi deixada pelo Império Romano, Judas foi o homem que, por trinta moedas, traiu Jesus, dando-lhe um beijo – um sinal que os soldados haviam combinado para prender o Mestre. Porém, esse manuscrito extraordinário de 26 páginas (redescoberto em 2006) mostra que a 'traição' foi um ato de amor, ou seja, um favor solicitado pelo próprio Jesus – uma maneira de Jesus se libertar deste corpo material (libertando o espírito do corpo). Jesus nota quão especial Judas era que (que enquanto os outros apóstolos ficam bravos quando Jesus dava bronca, Judas compreendia), de forma tal pede a este que se afaste dos outros – e assim lhe contaria os segredos / mistérios do Reino. (E Jesus completa: 'Você vai entendê-los, mas vai sofrer por isso.') Dito assim, Jesus conta a Judas os mistérios de Deus e diz que ele (Judas) fora o escolhido / superior aos outros homens porque 'sacrificará o homem que me veste' – ou seja, matar a parte física (corpo / matéria) para libertar o espírito.

A partir do citado acima, nota-se que 'não é fácil' mudar o que se tem há anos sobre Judas (e o próprio Cristianismo não quer que a 'falsa' apresentação bíblica mude – seria muito desgaste explicar), ou seja, Judas é o traidor e não o que fez um 'serviço' a mando do Cristo. (Observação: Ao lermos os Evangelhos bíblicos, Mateus cita ganância, Marcos cita que Judas foi responsável pela entrega de Jesus, mas que os sacerdotes que deram as moedas a Judas, Lucas diz que Satanás entrou em Judas para assim proceder, e João cita que Judas foi possuído pelo demônio, pela ganância e que era ladrão. Outros textos apócrifos citam outros fatos somados... – o que apontam, todos, que não conheciam quem era Judas, de fato!)

Outro ponto importante é a visão gnóstica – que cabe a cada um acreditar, ou não: que é uma corrente de pensamento que mostra Deus como um Ser Bom (que nunca foi nomeado) e que há um espírito inferior que criou o mundo físico. E Jesus ensinou Judas a como se libertar do domínio do criador inferior para ir de encontro com a origem espiritual da humanidade, ou seja, o mundo fora criado não por um Deus verdadeiro – que acreditamos, segundo a Bíblia, mas por seres angelicais inferiores – logo, faz-se necessário a libertação.

Fechando estas linhas – somando a minha leitura, as minhas pesquisas e comparações com outros comentários de estudiosos, há dois fatores a serem pensados: Qual o valor real que carregamos sobre o Ser Maior (Deus)? Qual o valor real que carregamos sobre o Mestre Jesus? Logo, tire suas conclusões, mas não esqueça que todo texto tem a sua 'intencionalidade' (intenção de quem o escreveu) – e na questão bíblica pesou (e muito!) os interesses do Império Romano. (17/11/2025)     


NÃO SOMOS PECADORES (dependendo da época!)

Ou você acredita que é? Se acredita... bem... sinto muito em lhe dizer que essa culpa que você carrega é toda sua a partir de um momento em que o Sistema Religioso usou tal ferramenta contra você, fazendo-o acreditar que és pecador. (Quando começares a estudar notarás que usam o termo, o significado que querem, contra você para manipulação – ah, e pense: em alguns momentos de nossa História Humana 'certas coisas' eram virtudes e em outras épocas as mesmas 'certas coisas' eram pecados, ou seja, conveniência de quem exercia o 'poder' – então, procure você também entender para não ser levado por quem quer te dominar.)

E, com toda certeza, tudo está firmado em uma única palavra: moralidade, que – em grande parte – faz a construção social e cultural de um povo. Sim, a moralidade (dentro do seu contexto histórico, geográfico e 'religioso') decide o que é virtude e o que é pecado (crime). E a maioria dos que não estudam pesam em suas consciências de que Deus / o Criador decidiu que isso é pecado, ou que aquilo é pecado (assim como virtude).

Seguindo nesse mesmo passo, é sempre bom exemplificar. Aos estudarmos notamos que na Idade Média – dentro da visão do Cristianismo – o apego aos bens materiais / acúmulo excessivo destes em detrimento da caridade e da distribuição destes bens, era pecado capital, chamado de 'avareza', e esse ter bens se não os distribuir era um obstáculo para a salvação da alma; já na Idade Moderna, dentro da visão do Cristianismo / Protestantismo, o trabalho duro, constante, que faz gerar capital, é considerado uma 'virtude', tendo em vista que o trabalho foi bem executado, e passou a ser visto como sinal de eleição divina (Que o Divino agradou-se daquele trabalho / trabalhador), que representa 'os fundamentos para o progresso econômico e social; por outro lado (neste mesmo período, o ócio e o desperdício tornam-se condenáveis.

Poderia citar outros exemplos do que é chamado de pecado / virtude dentro do Cristianismo, que na verdade usa o nome do Cristo em favor próprio (do Sistema Religioso). E não é preciso ir longe, basta observar que o que 'ditam as regras do Sistema Religioso', em sua grande maioria, possuem tudo de bom (vivem bem, comem bem, quase não trabalham – que dizem viver do que pregam) – enquanto quem trabalha sustenta quem está à frente deste 'poder religioso, do Sistema Religioso'. (Com raras exceções dos que realmente divulga o que o Mestre Cristo ensinou e pediu: para ir e fazer discípulos, e não escravos do Sistema Religioso.)

Fechando estas palavras, pode se dizer que não somos pecadores, pois se 'somos deuses' – como cita Salmos 82, verso 06: "Vós sois deuses, e todos vós sois filhos do Altíssimo" – ou seja, mesmo que alguns interpretem como bem lhes interessam, aqui fica claro um bom ditado popular: 'filho de peixe, peixinho é'; logo, se somos Filhos do Deus Altíssimos, somos deuses. Não somos pecadores, somos seres que, em algum momento vacilamos, mas pecadores não!

OBSERVAÇÃO - Atente fielmente para o vocábulo 'pecado' – vem do latim "peccatum", que significa "falta" ou "delito", e originalmente remete à ideia de "dar um passo em falso" ou "tropeçar". A sua definição abrange a transgressão de uma lei, seja ela religiosa, moral ou ética, através de palavras, ações ou omissões. Etimologicamente, as raízes grega e hebraica também apontam para o conceito de "errar o alvo". (04/11/2025)


DEUS É LIMITADO?

A partir deste título, desta pergunta: Deus é limitado? – desenvolvo essas linhas com o propósito de 'acordar' os que dormem. Adianto que 'Deus não é limitado', porém muitos Sistemas Religiosos mostram aos seus seguidores o contrário. Ou seja, a compreensão de alguns líderes coloca 'limitações' ao poder ilimitado de Deus quando limitam o 'fazer' de cada seguidor dentro do Sistema Religioso.

Não sei para você – leitor ou ouvinte das minhas palavras, a ideia do 'antes' sempre me fascinou. Refiro-me ao 'antes de tudo' (digo: aquele abismo conceitual de que nada tinha sido criado, nem o relógio do tempo, nem a trena do espaço – por assim dizer). Esse tempo / espaço não existente (essa não-existência) que é possível de encontrar o Criador (Deus).

Sendo assim, é possível enxergar Deus fora. Sim, Deus estava fora para criar o tempo, o espaço, a matéria (eu – você). Logo, sendo assim, não é uma limitação, é uma condição intrínseca da Criação. Para entender melhor: quando quero escrever algum texto, preciso estar fora do texto (eu não posso ser as letras, as pontuações, os personagens, os lugares – tempo, espaço / ou a ideia em si); por outro lado, eu que escrevi estou lá – em toda parte de minha criação, 'circulo' por toda lado dessa minha criação, mas não sou eu! – sou apenas parte (a ideia em circulação). Assim, a minha ideia surgiu antes de tudo, assim fez o Criador: fez tudo antes (tempo / espaço / matéria) e está presente.

"E criou Deus o céu e a terra...' – este 'criou' (ou Bará, no hebraico, aquele verbo usado para criar do nada) não é um evento que levou 24 horas, como contamos hoje... – quanto tempo durou essa criação? Não sabemos, pois não havia tempo... E, dessa ideia de Deus... temos os fundamentos do que conhecemos hoje – e continuaremos sempre a conhecer. Sim, se Deus é Infinito, somos criados a partir d'Ele – também seremos infinitos! Porém, em grau menor e sempre evoluindo!

Retomando, quando eu cito que os Sistemas Religiosos mostram o contrário aos fiéis, refiro-me a questão de sermos semelhantes a Ele, porém de limitado poder (como temos conhecimento) – e, aqui, por assim dizer, fica o 'x' da questão: 'Por que alguns Sistemas Religiosos oprimem o fiel com regras e mais regras, se temos um Deus Criador ilimitado?' – Pense bem antes de qualquer reposta, pois o Criador não colocou limitações, mas o homem sim.

Deus é ilimitado, está fora do 'tempo / espaço / matéria', logo não envelhece, não está sujeito a decadência... Ele é o criador e tudo está sujeito a Ele, pois Ele mesmo que estabeleceu tudo! Pense nem exemplo prático: o Criador não é uma criatura superpoderosa que consegue voar mais rápido que a luz, Ele é a própria 'fonte' de onde a luz, a velocidade e o tempo brotam! Magnífico!

Essa perspectiva, longe de diminuir a Sua grandeza, a torna incomensurável. Revela um Ser que, de Sua eternidade, teceu o tecido da nossa existência finita. Ele nos deu o tempo para que tivéssemos a chance de ter uma história, e nos deu o espaço para que tivéssemos um lar. E no fim, a maior maravilha dessa imensidão é que, mesmo estando fora de tudo isso, Ele escolheu estar conosco. É a Eternidade se curvando para entrar no nosso minúsculo palco, uma visita que subverte toda a lógica cósmica. (É o viver aqui e, posteriormente, em outras formas conscientes, a eternidade!)

E você ainda se prende a líderes religiosos que impõem pesados fardos, mas os mesmos não os cumprem. Liberte-se das amarras e vá fazer o que de mais precioso nos foi dado: vá viver! (04/11/2025)


INTERPRETAÇÃO DO VOCÁBULO 'SALVAÇÃO'

Você já parou para pensar um pouco sobre a questão de tradução – indiferente da obra? Se não parou, está na hora de parar e pensar... Antes de entrar na questão citada no título, tenho que deixar claro que: ao traduzir de uma língua para a outra o tradutor tem em mente que 'precisa' fazer o melhor trabalho, ou seja, expressar na tradução o mais próximo que o autor da obra fez, caso contrário, a obra traduzida não terá o 'valor original'.

Entendendo isso, vamos ao livro que vou abordar hoje: a Bíblia. Esta também traz esta questão: traduzida (e muitas vezes). Vamos pensar em termo dos quatro Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João – estes foram escritos (segundo historiadores) a partir do ano 50 após Cristo, logo, foram escritos em grego koiné - a língua comum da época em que o Novo Testamento foi escrito (e, algumas partes, no grego clássico).

Tendo esta visão linguística, o vocábulo 'salvação' vem das palavras: (sōzō) (verbo) e (sōtēria) (substantivo) - - dependendo do contexto que está sendo usado (ou como verbo ou como substantivo). A questão começa a complicar quando da tradução. Ou seja, estas palavras podem ter a tradução mais direta como 'saúde/cura – segurança/preservação – libertação – bem-estar geral – exemplos: usada como saúde/cura (restauração e um estado de doença para um estado de bem-estar), usada como segurança/preservação (ser salvo de um perigo imediato/resgatar alguém de um naufrágio ou batalha), usada como libertação (ser salvo de uma situação difícil, como prisão, opressão ou escravidão) e de bem-estar (um estado de prosperidade e integridade).

Sendo assim, fica a pergunta: na Bíblia, por que na maioria das vezes foi traduzida como salvação? E a resposta é bem simples (mas ao mesmo tempo complexa e intencional): reflete o contexto literário e a finalidade do texto.

Entendendo melhor estes pontos, veremos que no 'contexto literário' a narrativa de Jesus não se limita a curas físicas isoladas, as curas e libertações são parte de uma história maior que aborda a restauração completa do ser humano e da ordem cósmica; somado à grandeza da narrativa que atribui a Jesus a capacidade de realizar a máxima: não apenas curar uma doença temporária, mas livrar o ser humano do que o texto considera o maior e mais definitivo perigo (pecado e morte).

Num conceito abrangente, o termo "salvação" (no sentido teológico) foi escolhido porque é o único termo moderno que consegue carregar a totalidade do significado grego de cura, libertação, segurança e, ao mesmo tempo, elevá-lo ao plano do destinatário final (Deus/eternidade), conforme o enredo do livro. Ou seja: intencional, escolhido para este fim.

Ainda no sentido teológico, justificam que se o propósito de Jesus fosse apenas a "saúde" no sentido moderno (cura de uma febre ou doença), o texto grego poderia ter usado termos mais específicos. No entanto, ao usar a palavra 'sōzō', que é intencionalmente ambígua e abrange desde a cura física até a segurança definitiva, o texto sugere que Jesus estava interessado na integridade e no bem-estar total do indivíduo.

Logo, ainda nesta mesma linha teológica, a tradução para "salvação" é uma interpretação resumida e focada no clímax do enredo, que absorve o significado de "saúde" e "libertação" dentro de uma categoria maior de resgate. (29/10/2025)


O AMOR E O TEMOR

Se há amor, por que temer? Esta questão deveria estar em todos os lares, em qualquer momento, para se discutir com clareza: se a Força Maior do Universo (Ser Maior / Deus) é essencialmente boa, generosa, a própria definição em si, por que teríamos que "temê-Lo"?

Querendo ou não, crescemos com a palavra "temor" vestida de fantasma – estou errado? Claro que não! Medo do Ser Maior (da Sua mão contra nós – principalmente por parte religiosa), medo de doença, da conta que não fecha, do chefe rabugento, do futuro obscuro – medo, medo, medo! O medo é uma reação que encolhe, faz a gente recuar. O medo coloca-nos na defensiva.

Pensando agora: mas, e se o temor não fosse a defesa, mas tipo, um reconhecimento? Imaginamos estarmos de frente com muitas águas – não na entrada da praia onde as ondas fazem cócegas em nós, mas lá no meio mesmo, no ponto em que a vista some e a água fica azul escura, quase preta. Sabemos que a água é vida, que 'alimenta' o planeta – então, as muitas águas são boas? Essencial mesmo?

Não entramos de qualquer jeito, não se faz pouco das muitas águas, não somos atrevidos em enfrentá-las sem um mínimo de respeito, de preparo – pois sabemos da nossa própria dimensão (e das muitas águas também!). Sabemos que, a qualquer momento, tudo pode mudar e da calmaria vira-se águas revoltas. E, para isso, somos frágeis – sumiremos em segundos. Não é 'medo', é reconhecimento de nossa força.

Então, retomando a partir de exemplos, de certa forma o "temor" vira algo proveitoso, que nos protege. Ah, quando estamos diante de uma obra de arte: às vezes, nos sentimos paralisados. Não tememos a tela, mas tememos a nossa incapacidade de assimilar tanta beleza ou até mesmo entender o gênio por detrás dos pincéis. Certo?

Logo, esse "temor" que a gente questiona (ou, que deveríamos pensar sobre), não é o medo de ser perseguido por uma entidade brava – ou é? É a sensação que a religião nos impôs de estar perante a Causa Primeira, a Ordem Perfeita, a Inteligência, a Força Maior do Universo. Seria isso, ou estou errado?

Ou, de certa forma, é o respeito pela grandeza desse Ser Maior / Deus? Se for respeito (e não religião) – tudo bem! Pois é essencial entender que a Força Criadora e a Mantenedora são, na verdade, a mesma (Força Maior do Universo / Ser Maior / Deus). Num balanço imenso, a humildade é o que realmente importa (o respeito para com as Forças Universais).

Se a Força é benevolente, o medo é só como chamamos nossa percepção de Sua vasta grandeza. A bondade não requer terror; ela quer cautela. Recear, nesse aspecto, é só falar: "Eu entendo sua extensão e não o diminuirei". É o receio de ser indigno, não de castigo (só lembrando que a religião nos faz pensar o oposto – que não temos a dignidade de conviver com tudo que nos é oferecido diariamente pela Força Universal). (26/10/2025)


SISTEMA RELIGOSO – PATRIMÔNIO

Para se entender melhor (antes de criticar), o sistema religioso são 'regras' colocadas por alguém, ou por um conselho, onde os interessados devem seguir. Logo – não é imposição, é escolha.

Porém, se não é imposição, mas escolha (pelo menos deveria ser assim – 'escolha'), por que determinado sistema religioso tenta se impor aos seus seguidores como sendo o único verdadeiro? Ou, ainda, além de fazer 'a imposição' a seus seguidores, também faz críticas a outros sistemas religiosos – que, na verdade, caem na mesma problemática?

Explicado o acima, sabemos que alguns sistemas religiosos arrecadam muito – compram prédios e mais prédios, mas os seus seguidores nada possuem, apenas pagam para usar: por quê?

Outro dia vi (presenciei) um sistema religioso que seus líderes começaram com divergências entre si e logo deram um jeito de se separarem. Cada membro fez a sua escolha: para onde ir, ou qual líder seguir. Até aqui tudo bem, porque discussões acontecem. Após alguns meses, 'uns e outros' já haviam se estabelecido novamente: alguns no quintal da sua própria casa, em salão alugado, e – posteriormente – em prédio próprio (pode até demorar, mas é o sistema). E a pergunta que fica é – principalmente àqueles que hoje possuem prédio próprio, ou até mesmo alugado, ou em sua própria casa: os bens adquiridos (mobiliário, e até mesmo terreno com a igreja) pertencem à comunidade que frequenta ou é pessoal?

Se pertence à comunidade, ou seja se está em nome de todos, é louvável – nada contra e nesse caso somente sou a favor e a favor da colaboração para a manutenção (mas precisa ser lavrado em Ata e registrado em Cartório); porém, se pertencer apenas ao líder (e a sua família), sou totalmente contra pelo simples motivo de este 'tal líder' estar aproveitando da bondade alheia (da bondade de seus seguidores) para fins próprios, ou seja, pedem-pedem-pedem e recolhem verbas dos seguidores em nome de um sistema religioso, de uma religião, de um 'tal deus que nunca pediu dinheiro', mas – na verdade – o beneficiário é o líder (e sua família). Por isso (e outros motivos mais) que fui me afastando cada vez mais do sistema religioso. (20/10/2025)


O ESPELHO NO ALTAR

– ADORAÇÃO VOLTADA PARA O EGO

Você, caro leitor, já prestou atenção nos louvores da atualidade? Se não prestou, comece a prestar... Neste momento em que vivemos, onde a autoafirmação e a busca por satisfação pessoal dominam, o espaço do louvor e da adoração, concebido para a exaltação do Ser Maior, por vezes, reflete uma tendência preocupante. Observamos que uma parcela significativa do repertório musical religioso contemporâneo parece ter desviado seu foco, trocando a genuína reverência e o foco na magnitude divina pela celebração do 'eu' e das emoções humanas (Será que apenas eu prestei atenção nesse assunto? Creio – e é claro que não...).

Ao estudarmos a questão – louvores de adoração ao Ser Maior – a essência do louvor sempre foi a proclamação da glória, do poder e da santidade do 'Ser Maior'. Para os que os entoam, é um ato de reconhecimento da própria pequenez diante da imensidão do Ser Maior e da entrega incondicional. No entanto, muitos cânticos atuais se concentram excessivamente na experiência individual do fiel: "O que o Ser Maior fez por mim", "O quanto eu sou abençoado", "O quanto eu sou forte no Ser Maior" (com ênfase na força pessoal, e não na suficiência do Ser Maior).

Essa inversão de prioridades transforma o louvor em um espelho do ego – sim, isso mesmo: colocar em evidência o próprio ego! A letra, muitas vezes, é repleta de autorreferência, onde o tema central não é a divindade em si – seus atributos, seus feitos soberanos e sua vontade – mas sim a satisfação emocional, a conquista pessoal, a superação de problemas e o bem-estar do indivíduo. A música deixa de ser um instrumento de adoração vertical (de baixo para cima, do homem para o Ser Maior) para se tornar um hino de autoafirmação horizontal ou, pior, descendente (centrado no que o indivíduo "recebe" ou "merece").

Não se trata de negar a alegria ou a bênção que a 'fé' pode proporcionar, mas sim de questionar a primazia: o foco está em exaltar o Ser Maior (doador) ou o presente?

Quando a canção é desenhada para gerar um clímax emocional que apenas reforça a autoestima do ouvinte ("você é um campeão", "você vai vencer", "o Ser Maior te dará tudo"), o louvor corre o sério risco de se tornar uma terapia musical que, embora possa ser consoladora, falha em seu propósito maior: colocar o Ser Maior no centro de tudo. O aplauso, em última análise, não é mais uma resposta de admiração à divindade, mas uma celebração coletiva do próprio sucesso e força.

O que escrevo aqui é um convite à reflexão: será que a adoração está subindo como incenso ao 'Ser Maior' ou está apenas ricocheteando, voltando para inflar o nosso próprio 'eu' na pista de dança da fé? A verdadeira adoração exige a renúncia do ego, a humildade e a exaltação exclusiva do Ser Maior (que no cristianismo é chamado de deus) que realmente a merece. (18/10/2025)


ALTAR - POSSE OU MAGNANIMIDADE?

Ou - "O PERIGO DA SOMBRA NO ALTAR"

A palavra "perigo" na boca de um líder religioso, dirigida a outro líder, membro ou 'alguém de fora que já esteve junto', é um trovão num dia qualquer. É o ruído da engrenagem humana por trás da fachada divina.

Esta palavra não é um mero esbarrão; é um espelho. Não é a reflexão do mal em si, mas o fantasma da própria insegurança, travestido de ameaça doutrinária (pesado, mas verdade pura!).

É de se pensar: como pode um líder, que deveria guiar pelo exemplo de abnegação e humildade, temer o "jeito de ser" de outro? A resposta está quase sempre no chão, e não no céu: no terreno da competição por espaço, influência e, sendo franco, em assentos cheios.

O medo de perder o lugar (de líder) é o veneno lento na taça do poder religioso. Quando a fé se torna negócio ou plataforma de autoridade pessoal, qualquer brilho alheio é sentido como um ofuscamento. O "jeito de ser" - talvez mais livre, mais questionador, menos apegado às regras rígidas da casuística ou do púlpito tradicional - pode ser, para o líder, um farol de uma nova maneira de crer que desmobiliza 'a clientela cativa'.

Você, caro leitor, pode perguntar: "medo de perder o lugar? ou, não deveria este ser exemplo?". A questão se responde sozinha. O exemplo a ser seguido não é o do líder que se encolhe na posse de sua igreja, de sua doutrina ou de seus fiéis, mas sim o daquele que exala a genuína crença na abundância e na verdade.

A competência de um líder espiritual não se mede pela rigidez de seu controle ou pelo tamanho de seu rebanho, mas pela capacidade de inspirar autonomia e profundidade na fé. O líder que teme o diferente, que rotula o colega de "perigoso", revela uma fragilidade estrutural. Não é o 'perigoso' quem o ameaça, mas a sombra que ele projeta no altar: a sombra de um líder que se tornou administrador do medo.

O paradoxo é cruel: o medo de perder o lugar é a forma mais eficaz de perdê-lo. Os liderados, mais cedo ou mais tarde, percebem quando o foco de seu guia deixa de ser o serviço ao transcendente e passa a ser a manutenção do trono (pense muito nestes dizeres, caros 'liderados'; e – pense mais ainda: 'no porquê de as igrejas estarem cada dia mais vazias...). O poder, quando exercido pela força da intimidação ou pela demonização do "outro", corrói a base da liderança, que deveria ser a confiança e a inspiração.

A real ameaça, 'a seu colega de liderança, membro ou alguém de fora que já esteve junto', não é o seu carisma ou sua visão, mas a própria essência de um chamado que se torna possessivo. Um líder genuíno sabe que a fé não é um poço fechado onde se teme que a água seja roubada. É uma fonte que jorra para todos. E quem tenta represar, por medo, acaba secando o próprio leito.

Todos devem ser "perigoso" para a liderança (ou para um líder possessivo). Perigoso no sentido de ser autêntico, de ser um lembrete vivo de que a fé não se enquadra em caixas. É a liberdade que o incomoda, pois ela revela a prisão que ele construiu para si mesmo e para os seus (comandados / membresia). E na dança eterna da fé e do poder, a autenticidade é sempre a força mais subversiva. Por isso, a temem tanto. Por isso, é um caminho que vale a pena seguir. (12/10/2025)


O SUBVERSIVO DE NAZARÉ

Para muitos vai parecer uma afirmação pesada – eu sei, mas pense um pouco mais... tic-tac-tic-tac... Jesus Cristo foi um cara politicamente incorreto.

A partir da afirmativa acima, pare e pense: tire a poeira de séculos de santidade e olhe para o homem em sua Galileia natal. Ele (JC) era o desvio, o ruído na ordem – ou você acha que não? Não se encaixava em nenhuma caixa, e, francamente, parecia se divertir com isso (menos ao Império Romano e aos que não abrem os olhos nos dias atuais).

Naquela época, a "correção política" era ditada pelos fariseus e pelos doutores da lei, que tinham uma lista infinita de regras sobre quem você podia tocar, quem podia comer junto e quem era digno de salvação (é justo? – vai pensando...). E o que Jesus fazia? Ele se sentava à mesa com os publicanos, com os cobradores de impostos corruptos, e com as prostitutas. Ele comia com os párias, os "pecadores" oficiais, ignorando alegremente a etiqueta social e religiosa que classificava e separava as pessoas.

Imagine a cena: os bem-vestidos, de narizes torcidos, cochichando: "Como pode este Messias potencial sentar-se com esta gentalha? É um escândalo! Um líder precisa ser mais seletivo com seu círculo!"

Mas o incorreto de Jesus não era mero vandalismo social; era humano – e aqui está a questão que 'os sistemas políticos ou religiosos' não querem enxergar! Ele não estava interessado em sistemas políticos ou religiosos que colocavam a regra acima da vida. Ele tocava o leproso, o intocável, não para chocar, mas porque o homem estava sofrendo e precisava de um toque. Ele curava no sábado, o dia sagrado do descanso, para afirmar que a compaixão vale mais do que qualquer calendário. Ele mostrava que a bondade, se for engessada por regras rígidas, deixa de ser bondade – pensou?

Seus discursos eram duros, "sklerós" (duros, inaceitáveis), como alguns de seus discípulos disseram. Quando falou sobre comer 'sua carne e beber seu sangue', muitos se afastaram, achando o linguajar muito cru, muito visceral. Ele não suavizava a mensagem para manter a audiência. Ele perguntava, com uma honestidade que quebrava o coração: "Vocês também querem ir embora?"

Era o homem com a verdade pura, sem o verniz da diplomacia. Ele não era de "direita" ou de "esquerda" — essas categorias são pequenas demais para ele. Ele era o homem dos marginalizados, dos oprimidos. O Evangelho não é notícia neutra; é "má notícia para quem estabelece a sua riqueza empobrecendo o outro" (e aqui serve muito bem ao sistema religioso – dízimo), como se diz por aí. Isso é ser radicalmente incorreto, pois questiona a própria base do poder estabelecido, seja ele romano ou religioso.

Jesus, o carpinteiro que virou andarilho, foi um subversivo de Nazaré. Sua "incorreção" era o motor de sua humanidade plena: não fingir, não se calar diante da hipocrisia, não temer a exclusão por amar incondicionalmente quem a sociedade havia descartado. Ele foi o mais humano dos homens, e por isso, o mais incorreto para um mundo que prefere a fachada à essência. E você, que está dentro do sistema religioso – ESTÁ A FAVOR DOS 'FARISEUS' – ou age como Jesus? (06/10/2025) 


ECO NA ALMA, EMBRIAGUEZ NA FÉ

Sabe a fé? Aquela pequena palavra que muitos dizem que 'remove montanhas' (mas que ainda não vi) – sim... essa mesma! Essa bússola invisível que aponta para o transcendente, tem em sua órbita satélites sombrios. Eles não são demônios de contos antigos (não acredito nem em anjos, quanto mais em demônios!), mas distorções da própria luz: o trauma religioso, a intoxicação religiosa e, no seu ápice febril, o delírio coletivo.

Pensando melhor – e bem acima da média, o trauma religioso não se manifesta com cicatrizes na pele, mas com um eco doloroso na alma. É o rastro que fica quando o sagrado, que deveria ser refúgio, torna-se ferramenta de opressão (e toda religião é sistematizada assim – em opressão!). Não se trata de uma simples dúvida, mas de uma ferida aberta pela culpa incutida, pelo medo do castigo eterno ou pela exclusão implacável (quanta maldade, não?). É o jovem que esconde sua identidade sob a couraça do dogma, a mulher que silencia sua voz pelo peso da "submissão" ou o indivíduo que, ao se afastar, sente o chão moral ruir sob seus pés. O trauma não vem do divino, mas dos 'seus zeladores' (ah, como são cruéis!), que transformam a graça em barganha e o amor em condicional.

Dessa dor – deste sofrimento que apontam para o ser humano (sempre do mais forte para o mais fraco), ou talvez como fuga dela, surge a intoxicação religiosa. É um estado que se confunde com êxtase, mas é, na verdade, uma embriaguez da certeza. Nela, o praticante não busca Deus / Criador, mas o sentimento de Deus — uma adrenalina espiritual constante. O mundo se divide em preto e branco, salvos e perdidos, e a complexidade humana é trocada por fórmulas prontas (e estas, se não forem obedecidas, já sabem...). A intoxicação é uma fuga da responsabilidade individual, onde a vida passa a ser pilotada por sinais e profecias. O fiel intoxicado fala alto, julga rápido e, curiosamente, parece mais viciado na própria retidão do que na humildade da busca. Ele não é mais um peregrino; é um soldado em uma guerra santa particular, onde a moderação é vista como fraqueza e a dúvida, como traição.

Seguindo, quando essa embriaguez individual encontra ressonância em um grupo, o copo transborda para o delírio coletivo religioso. Aqui, a racionalidade é suspensa em favor de uma histeria consensual. É o momento em que a profecia descabida é abraçada sem questionamentos, o líder falho é protegido com fervor cego ('não toqueis no ungido do Senhor' – quanta hipocrisia!) e a realidade exterior é rejeitada como tentação do maligno. (Quanta verdade que, se o 'fiel' estiver de 'olhos abertos', ficará pasmo e correrá sem olhar para trás de qualquer denominação religiosa!)

Pense sendo 'um ser mais pensante' – e é nesse ponto que a fronteira entre a fé profunda e a patologia social se desfaz. Um grupo em delírio coletivo opera sob uma lógica interna inexpugnável. Vê conspirações onde há acaso, milagres onde há coincidência e perseguição onde há crítica. A massa, coesa pela mesma alta dose de certeza e medo, é capaz de atos que o indivíduo jamais cometeria sozinho, sejam eles de autoflagelação ou de exclusão violenta (e não precisamos ir longe para tais observações dentro dos sistemas religiosos). O grupo se torna um organismo único, respirando o mesmo ar viciado de convicção. A identidade individual é engolida pelo fervor tribal.

A soma de tudo acima citado – o trauma, a intoxicação e o delírio são faces da mesma moeda: a falha humana em lidar com o mistério. Eles nos lembram que a religião, enquanto construção humana para tocar o divino, carrega em si o potencial para o mais sublime e o mais destrutivo. A verdadeira espiritualidade, talvez, esteja na difícil sobriedade de honrar a fé sem se embriagar com ela, e de buscar o sagrado sem, por isso, ferir a alma do vizinho ou a própria.

(Se é para seguir os mandamentos do Mestre – aqui está uma grande falha: se o irmão não seguir o mesmo caminho... já viu o que acontece... nem se faz necessário comentar – que cada um tire as suas próprias conclusões.) (03/10/2025)


CONVITE DE PREGAÇÃO (HIPOCRISIA NO DURO!)

Ah, como é interessante quando ouço alguns termos dentro do que se diz 'nicho evangélico', e – para não dizer tanto contra, vou a partir de exemplos mostrar o que realmente acontece (e digo com prova de caso, por assim dizer).

Sempre há aquelas denominações religiosas que convidam pessoas de outras denominações religiosas para levar uma mensagem – até aqui nada a declarar (e creio que é eficaz, não constantemente, mas de forma esporádica). E o que vou relatar aqui é um caso que já aconteceu comigo (e não foi apenas uma vez).

Antes, porém, vou citar o motivo de 'não me aceitarem, ou de não me convidarem mais para levar mensagens' a partir de determinada época de minha vida: pelo simples fato de não estar junto à mulher com quem fiz o meu primeiro matrimônio – razões pessoais, e ponto (e não se discute, porém, as denominações religiosas querem discutir questões pessoais). E acrescento ao leitor que não me conhece: sou professor de EBD, pastor ordenado, com Mestrado em Teologia, Doutorando em Teologia, capelão, músico – e por quase três anos com programa evangélico em emissora de rádio.

Outro dia recebi de uma determinada senhora (que se diz irmã, esposa de um pastor – mas do meu ponto de vista é uma hipócrita!) um pedido de 'auxílio', tipo assim: "Irmão Pedro, estamos fazendo uma campanha para arrumar determinada parte da igreja, e estamos vendendo umas 'fichas' de pizza por determinado valor... o senhor pode ficar / comprar umas duas ou três para ajudar a igreja?" – pensei muito sobre o assunto e logo mais respondi.

A minha resposta foi assim: "Irmã 'Siclana', que bom que a senhora lembrou do meu pequeno ser para auxiliar na campanha de sua igreja, porém, antes quero lhe fazer uma pergunta, que é: Por que a senhora e seu esposo só lembram de mim quando é para ajudar, e não para levar uma mensagem / uma pregação?" – e fiquei no aguardo.

Não demorou muito e a resposta veio: "É porque o senhor já foi casado, ou seja, a nossa igreja não aceita que pessoas que já foram casadas, que estão no segundo ou terceiro casamento, preguem..." – Entendi perfeitamente e respondi: "Irmã, se a igreja que você e seu esposo dirigem não aceita que eu leve uma mensagem porque já fui casado, mas por que aceitam o meu 'dinheiro', dinheiro de um homem que já foi casado... – como explica?"

Ah, prezado leitor, a resposta foi mais curta, e sem um pingo de educação: "O senhor sabe como é que a igreja funciona..." – respondi de imediato: "Levar uma mensagem não pode, mas o meu dinheiro pode... – sendo assim, irmã, não vou ajudar!" – e sabe qual foi a resposta dessa virtuosa irmã hipócrita, que se diz 'missionária da AD, esposa de pastor'? "Sem problemas, irmão Pedro, para não ter mais problemas, vou bloquear o senhor..." – e bloqueou. E, fechando estas linhas, digo que não foi a primeira evangélica hipócrita que fez isso.

Creio que é isso que a igreja deles ensina (duas medidas / duas maneiras de 'ver'  - o que 'não querem ver') e eles aos membros que lhe foram confiados – coitado deles / e dos membros! (rsrsrs) Porém, digo com toda ênfase possível: não foi o que o Mestre Cristo ensinou. Isso sim é hipocrisia evangélica – e das grandes! (21/09/2025)     


PALHAÇADA 'GOSPEL'

Respeitável público!

Iniciando mais um espetáculo circense – ops, espetáculo 'gospel', ops, mais um texto com as palhaçadas 'gospel' (as belíssimas distorções ditas 'divinas'). E não vou colocar 'gospel' no plural para ficar mais chamativo...

Assim como o circo abre o espetáculo com intensidade (Respeitável Público!) – assim também fazem as igrejas. A voz que inicia 'o culto' quer trazer energia, e até mesmo 'marcar' o ouvinte. Para entender melhor: qualquer programa de rádio / TV que está no ar há tempos tem a sua vinheta já conhecida e nem precisa anunciar ao ouvinte quem está a falar, pois a vinheta já diz por si.

Retomando as palhaçadas 'gospel', não vou falar de venda de pedaço de cruz, ou de manto sagrado, ou de óleo ungido e etc. etc. e etc. e tal – porque o ser pensante e inteligente já sabe que tudo isso é balela para arrecadar dinheiro dos 'menos avisados'. O que vou falar aqui – e vi em imagem no dia de ontem (catorze de setembro de dois mil e vinte e cinco) – é sobre a ceia – a tal Ceia do Senhor.

Quando eu falo que é palhaçada 'gospel' porque aprendi diferente (sem inovações) e, com o passar dos anos me libertei de todo esse 'circo de pão e água'. Tempos atrás a Ceia do Senhor era dada / oferecida aos fiéis no cálice e no pão sem fermento, 'picotado / repartido' com as mãos após o momento da oração (que era o resultado simbólico da transformação / consagração). Com o passar dos anos o processo foi 'industrializado' – que por sinal, diga-se bem, excelente do ponto de vista da higienização (órgãos de fiscalização governamental acompanhando de perto). Porém, ontem vi novas mudanças.

Palhaçada 'gospel': o cálice, melhor, o tal vinho / ou suco de uva em 'tubo de ensaio' – tipo aqueles usados em laboratório que colhe sangue para análise – até aqui sem grandes problemas (mas inovador a forma de apresentar – talvez a questão de custo). Agora o pão – esse sim: completa palhaçada 'gospel' – pela minha experiência ao olhar, o pão 'de forma' em formato de coração (pela espessura apresentada). 'Gospel, gospel, gospel – palhaçada gospel' – inovação para prender a atenção dos menos esclarecidos na 'beleza da apresentação do pão' – mas, pergunto: o pão foi partido na hora, após a oração? Ou foi partido antes? – pois para atender uma comunidade inteira é impossível fazer na hora a partir daqueles 'cortadores / ou formas' que têm formato de coração (tipo aqueles usados pelos professores de Artes).

A palhaçada 'gospel' foi feita antes – com certeza (cortada ou produzida por alguma indústria)! Fora totalmente dos padrões bíblicos (podem dizer que é questão de higiene – ah! – acrescento: use luvas no momento do partir do pão, mas faça o correto). E mais: postam nas Redes Sociais se maravilhando com as inovações 'gospel'. Digo quantas vezes forem necessárias: aff! Palhaçada 'Gospel'! (15/09/2025)                    


O HOMEM SEM DEUS (É TUDO)

Só para te convidar a ler – já te adianto: o homem sem 'deus' é tudo (E não o contrário! Sem deus o homem pensa, com deus ele vive sob um 'cabresto religioso', cheio de vãs promessas). E quando digo isso, digo com propriedade de conhecimento (você, caro leitor, tenha a fé no deus que você quiser – e tudo bem, mas já adianto que para este que vos escreve: deus é invenção! – como explicarei a seguir do meu ponto de vista).

E por que invenção? Sim, invenção – pelo simples fato de em algum momento da História da Humanidade o Homem não ter determinadas explicações para determinados fatos, credenciou a um poder sobrenatural, e assim ficou sendo, ou seja, passou a ser conhecido como um fato criado por 'um ser sobrenatural' (um possível 'deus') e – mesmo com as explicações posteriores, com as grandes descobertas feitas pelo Homem, continuaram a ser creditados tais fatos a um deus hipotético.

E esse deus – dependendo da região geográfica, leva um nome. Até aqui tudo bem; porém, o que mais é perturbador (principalmente quando o Homem abre os olhos) é o dizer que o 'irmão' ao lado não vai para o céu porque é de outro credo religioso! Pelas 'barbas de papai' – quanta ignorância num pequeno cérebro que diz que pensa!

Então, as mais variadas perguntas já foram feitas e algumas com respostas – inclusive dizer que o mestre Jesus foi pregar aos espíritos 'maus' nos três dias que esteve sepultado para que estes se arrependessem... De qualquer forma, é preciso entender que se há um deus – este é geográfico, se é geográfico – cada lugar terá um nome e, como o ser humano é 'viajante', pode levá-lo as mais variadas regiões do planeta (e está tudo bem) – mas para os ignorantes não está, porque se não forem seguidores de 'suas doutrinas', não herdarão o céu. Puro preconceito!

Interessante, e finalizando – e do meu ponto de vista: alguns dizem que o espírito que o Homem tem, este sim herdará o céu, e acrescentam que o céu (ou, os céus) é construído de ouro reluzente, pedras preciosas, e etc. e tal (com o cita no livro de Apocalipse, capítulo 21) – e fica a pergunta: se é espírito, para que tanto luxo? (Precisaríamos, enquanto seres humanos necessitados de 'necessidades fisiológicas' de suprimento aqui na terra – e muitos não têm, e não nos céus, porque espírito não precisa nada disso...). Reflita! (07/09/2025)  

- Teologia Sem Travas (07/09/2025)

- (Edição nº 47, Tabloide "ARAÇATUBA E REGIÃO", PDF, de 13/09/2025)


DEUS É ÚTIL?  

Para espanto de muitos (pelo menos para os que pensam) em algum momento da vida já se pegaram pensando na utilidade dos deuses dentro das religiões, independente do credo, seja este o cristianismo e suas vertentes, ou afro e suas vertentes, ou outros credos religiosos.

No lado concreto da vida (razão), a utilidade de algo / de alguma coisa ou de alguém só é confirmada quando pode comprovar / validar o que se pode ter em mãos (algo / alguma coisa) ou próximo / ao lado (alguém auxiliando, acalentando, acariciando, proporcionando um 'benefício', ou atrapalhando, por assim dizer) – caso contrário não se tem certeza de nada, ou seja: fora da certeza o que resta é a emoção (e emoção – religiosamente falando, corresponde à fé, pois fé não se discute e cada um acredita no que achar melhor – e está tudo certo!).

Se racionalmente temos essa noção (é preciso ter essa noção para o uso pleno das faculdades mentais / razão, caso contrário seguem as grandes manadas religiosas e nem sabem o porquê, porque apenas repetem como 'papagaios') – qual o motivo de acreditar que o deus de determinado 'credo religioso' tem utilidade no mundo material? Aliás, como é sabido, o que o Homem até então não consegue explicar, ele cria – ou seja: mitologia que vem se arrastando ao longo dos milênios. (No mundo espiritual / religioso / emocional é outra conversa...)

Sendo assim, volto a dizer: por razões óbvias, os que possuem mais poder – os administradores religiosos, aliados sempre à política, mantém o povo sob o jugo do medo, da culpa / do pecado, 'inventando um deus' que nada pode fazer (e os que acreditam receber – e podem receber, recebem pela fé que possuem em seu interior, nada mais!). E completo: deus é luz interior, e isso estes tais administradores religiosos não pregam – essa é uma explicação útil: o ser humano precisa olhar para dentro de si e encontrar o seu 'criador', a sua 'Luz Interior' – o seu 'Deus é Luz Interior'. Pense! (01/09/2025)

- Teologia Sem Travas (01/09/2025)

- (Edição nº 47, Tabloide "ARAÇATUBA E REGIÃO", PDF, de 13/09/2025)


IGREJA E (OU / É) HOSPÍCIO (DE MENTE E CORAÇÃO)

Talvez a igreja seja, de fato, um hospício (aliás, outros dizem que a igreja é um hospital de almas – lugar de feridos que procuram curas) – mas eu estou mais para o 'achar de hospício'. Ou seja, um espaço onde os homens depositam suas manias mais profundas: o medo da morte, a culpa pelo passado, o desejo de ser perdoados. Cada um traz sua loucura particular, e diante do altar ela encontra eco nas loucuras dos outros.

Fiquei ainda pensando: a igreja nos atuais dias se parece mais com um hospício mesmo – sem sombra de dúvida! Não desses de paredes frias e grades nas janelas, mas um hospício da mente e do coração. Interessante é que poucos param para pensar: lá dentro cada um carrega a sua loucura 'particular', deliram de certezas, acreditando possuir a chave do céu no bolso do paletó – (estranho, não?). Gritam seus erros / pecados, mas escondem os 'maiores' no silêncio da mente. E, pior ainda, há os que repetem frases prontas como se fossem mantras que 'só eles escutam'. E acrescentam 'glória a Deus, Aleluia, eita glória!' – e sem cessar.

Voltando ao 'x' da questão, por assim dizer, o sermão funciona como remédio: não cura, mas alivia (será?). Os cânticos são como mantras: repetidos até que o coração se convença daquilo que a razão hesita em aceitar (e, alguns são absurdamente absurdos!). As velas, os hinos, as orações — tudo é ritual que organiza o caos, que dá forma à insanidade de existir sem respostas.

E fico a pensar muito sobre tudo isso, e chega-me a ser curioso como 'ninguém se considera doente'. A fé é, ao mesmo tempo, delírio e anestesia (talvez, possivelmente). Mas é nela que muitos encontram abrigo (verdade é pela inocência que carregam) contra a solidão de suas próprias vozes internas.

Talvez seja essa a beleza da loucura coletiva: no hospício da fé, todos compartilham o mesmo delírio, e por isso sentem-se curados, 'ainda que continuem doentes'. (Ainda bem que não faço mais parte deste delírio coletivo! – como sempre digo: igreja passou a ser – para mim – um espaço social, nada mais!) Agora, para você: cada um tome a sua posição (estude!). (25/08/2025)

- Teologia Sem Travas (30/08/2025)

- (Edição nº 46, Tabloide "ARAÇATUBA E REGIÃO", PDF, de 30/08/2025)


MINHA FÉ INABALÁVEL

Alguns ainda me questionam sobre a minha crença e sou claro em responder: hoje eu sigo 'o meu Deus Interior' – o que assusta muitas pessoas, inclusive amigos (leia até a última linha para compreender).

Para alguns soa estranho, porém explico: desde a minha infância fui criado dentro de igreja evangélica (protestantismo), e com os anos passando fui notando que havia (e há) muitas contradições, regras, doutrinas e falta de um senso comum – por assim dizer (ou seja, as igrejas que tentam 'pregar' o mesmo deus, mas não conseguem...). E, aos quarenta e cinco do primeiro tempo (somado às prorrogações necessárias), comecei a estudar 'Religião'.

Estudei, estudei, estudei Religião – e continuo a estudar. E minha formação de trabalho é Língua Portuguesa, Literatura e Redação (o que vem contribuir, e muito, para a compreensão textual) – e tenho formação em cinco literaturas (pós-graduação) – logo, estas me auxiliaram a desvendar muitos mistérios 'religiosos / textos bíblicos' que são textos literários 'modificados', ou seja, adaptados ao modelo de época necessário (e passaram a não ser mais mistérios para os que estudam, mas compreendidos como 'adaptações literárias' – e isso é comum quando um povo segue em cativeiro / sob o domínio de outro povo: soma de culturas). E, indo mais a fundo, nota-se que as adaptações foram feitas com uma intenção: domínio da classe favorecida sobre as menos favorecidas.

E, fazendo um pequeno adendo: estudei Religião e continuo a estudar, e aprendi a absorver os conceitos importantes que cada Religião disponibiliza aos seus seguidores; estudei e continuarei a estudar – além de Religião, alguns conceitos históricos, filosóficos e políticos.

De início, foi 'complicado' – citando o mestre Jesus Cristo: "Entre os humanos poucos buscam a verdade, mas os que buscam nunca deixam de buscar, e de tanto buscar um dia irão encontrar, e quando encontrarem ficarão estupefatos, depois se acalmarão e depois reinarão sobre o processo." – o mais interessante de tudo isso é que, como cita acima, no primeiro momento 'entraria em pânico, susto' e só depois as coisas iriam se 'assentando, tomando o seu lugar (após digeridas)'. E tudo isso significa que, ao sabermos a verdade (ou parte dela) – pois mentiram / esconderam muitas coisas / muitas verdades de nós enfiando conteúdos distorcidos 'goela abaixo' para se manterem no poder (e este poder nas mãos de poucos), respiraríamos fundo e tomaríamos posse do que deveríamos ter tido conhecimento desde o princípio – mas vale ressaltar que é para poucos. Assim como de início foi 'complicado', ao mesmo tempo foi abrindo-me a mente (e continua abrir a cada novo estudo que faço).

Sendo assim, tomei a decisão de não seguir nenhuma Religião, doutrina, ou regras que impõem limites ao meu ser – e limites estes colocados pelos homens que querem manter o poder (e no poder). Decidi criar as minhas próprias regras: fazer o bem sempre que possível; ser o mais humano, sempre que possível! E, assumindo este papel, digo com toda certeza: a minha fé é inabalável frente ao que possam dizer – Deus é Luz Interior (apenas na Bíblia não consta mais a palavra Interior – apenas Deus é Luz, pois se a mantivesse, com toda certeza as igrejas estariam vazias). E essa Luz Interior eu mantenho em mim! (21/08/2025)   

- Teologia Sem Travas (23/08/2025)

- (Edição nº 45, Tabloide "ARAÇATUBA E REGIÃO", PDF, de 23/08/2025)


A HIPOCRISIA NOS TEMPLOS

Eu não sei você, caro leitor, mas como sou um estudioso das Escrituras Sagradas, compreendo a profundidade em falar sobre o tema: hipocrisia nos templos religiosos (querendo você aceitar ou não, tenho certeza, e mais uma boa parte da 'irmandade', que a hipocrisia reina em muitos corações). E, antes de mais nada, citar a Bíblia é a melhor situação: pois, esta condena veemente a prática da hipocrisia, especialmente quando ela se manifesta dentro da comunidade de fé.

E como pode ser entendido?

Num passo simples: quando alguém não concorda com o que acontece dentro dos templos religiosos, a 'cúpula / o ministério' simplesmente deixa este do lado (ignora).

A palavra hipócrita vem do grego hupokrites, que significa "ator" ou "aquele que finge". Nas Escrituras, Jesus Cristo é o principal a denunciar essa atitude (e por que seus seguidores não fazem o mesmo?).

Nos Evangelhos, ele (JC) confronta os fariseus e escribas, que eram líderes religiosos de sua época. Ele não os critica por sua dedicação à lei, mas sim pela incongruência entre o que diziam e o que praticavam (e assim acontece nos templos religiosos).

Em Mateus 23, Jesus profere uma série de "ais" contra esses líderes. Ele os acusa de: a) Fazer suas obras para serem vistos pelos homens: eles oravam em público e faziam jejuns para chamar a atenção, buscando a aprovação humana em vez da divina (a verdadeira piedade, segundo as Escrituras, é um relacionamento genuíno e íntimo com Deus, que não precisa de aplausos); b) Fechar o Reino dos Céus aos homens: ao impor fardos pesados e regras que eles mesmos não seguiam, impediam que as pessoas tivessem um acesso genuíno à fé (eles se tornavam obstáculos para o crescimento espiritual de outros). Entre outras citações possíveis.

E, voltando aos dias de hoje, não é diferente. Há líderes religiosos que quando confrontados, simplesmente 'descartam' o membro que o confrontou (e, principalmente os chamados 'evangélicos' – e não me questione sobre os tais, que sou capaz de citar, no particular, nomes / instituições religiosas...).

A condenação da hipocrisia não é um convite ao cinismo ou à desistência da fé, mas sim um chamado urgente à sinceridade. A Bíblia nos exorta a ter um coração puro e a viver uma vida que seja coerente com nossa fé. As palavras de Miqueias 6:8 ecoam esse chamado: "Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus?". 

A verdadeira religião, segundo as Escrituras, não está na ostentação ou no desempenho, mas na humildade e no amor. A Bíblia nos ensina que o templo de Deus não são apenas edifícios de pedra, mas os próprios crentes, que devem ser testemunhas vivas de uma fé genuína. Portanto, a luta contra a hipocrisia começa no interior de cada indivíduo, com a busca por um coração transformado, que reflete a luz divina em vez de apenas a projetar.

- Teologia Sem Travas (16/08/2025)

- (Edição nº 44, Tabloide "ARAÇATUBA E REGIÃO", PDF, de 16/08/2025)


LIBERDADE RELIGIOSA (LIBERDADE DE PENSAMENTO)

Na maioria das vezes o ser humano não possui Liberdade Religiosa (Liberdade de Pensamento), principalmente quando tem os olhos fechados – não os olhos carnais, mas aqui trata-se da mente (ou, ainda, segundo algumas religiões: olhos espirituais).

A Religião, por sua vez, tem alguns papéis perante a sociedade que está inserida, tais como: dominar o homem (em nome de um deus que não se consegue provar materialmente, apenas por fé), conter os ânimos humanos (referindo-se a caráter), entre outros. Nesse texto vou comentar esses apenas.

O domínio através da Religião não vem de hoje. No Cristianismo, quando se estuda, nota-se que o Império Romano ao perceber que estava perdendo poder, uniu-se à Religião – que estava em 'alta no momento' (e que eles mesmo pensaram em destruir) e essa união fez o Império crescer – e é o que conhecemos hoje: claro que com algumas ou muitas alterações ao longo desses mais de dois milênios.

Por consequência de tudo isso – por busca de poder – o Império Romano, aliado à Religião, tendo Cristo como ponto de partida, se deu muito bem; ou seja, em nome de um deus ficcional (ou até mesmo real para alguns) destruíram grandes civilizações – e tudo a partir da Arte da Guerra em nome de 'uma fé destrutiva'. E, como é sabido, vai perpetuando na mente das pessoas, passando de geração para geração, através da imposição do medo, da culpa (céu versus inferno).

E é nesse nome religioso que o cristianismo se impõe, somando esse duelo de bem x mal, céu x inferno... A Religião – agindo assim (céu x inferno) tenta moldar o ser humano (inclusive em seu caráter). Alguns poderão dizer que é bom (talvez), mas em parte o homem que se dobra à Religião está 'fadado' sempre ao domínio dos que estão no poder (ou seja, de seus respectivos líderes) e quando não aceita 'as doutrinas impostas' é considerado rebelde, herege e desconsiderado de ser membro.

Fechando estas linhas – e nada contra Religião, mas apenas um alerta: o ser humano não deve estar sob o julgo de nenhuma Religião, ou seja, a partir do momento que se submete às regras por imposição religiosa (isso é proibido, aquilo é proibido – mas sim ter uma visão do que pode e não pode por caráter), passa a ser um 'escravo religioso' e nenhum deus o aceita assim. E o peso maior cairá sobre a liderança ao assim fazer, pois o que prega / o líder deve ensinar a paz, o amor, a fé, o respeito, a caridade (entre outras 'coisas boas') e não a submissão a dogmas religiosos. Pense!

- Teologia Sem Travas (06/08/2025)

- (Edição nº 43, Tabloide "ARAÇATUBA E REGIÃO", PDF, de 06/08/2025)


EU CREIO EM DEUS, MAS...

Muitos questionamentos já me fizeram sobre Religião (e gosto de sempre dizer que cada um acredita no que quer, porém 'eu' – Pedro César – não acredito mais no deus da bíblia). E por um simples motivo: a maneira como foi 'forjado' a construção deste deus.

Logo, você pode questionar: 'Em quem você crê?' E a resposta é breve, e a mais sincera possível: eu não creio no deus que os homens fizeram (forjaram para domínio), mas sim no Deus que fez os homens (jamais deixei de crer no Deus que fez os homens!).

Quando se lê a bíblia é uma coisa, quando se 'senta para interpretá-la' é outra. Os homens fizeram a 'caricatura' de um deus, ou seja, um deus moldado ao ego, aos medos, à vaidade dos que precisam de controle. Agora, preste atenção: quando se olha para este mundo / para este Universo, aprendemos muito! Ah! E como aprendemos!

Nota-se que ao olharmos 'as Leis da Física, para a ordem do Cosmos, para a beleza Matemática que rege até o caos, ali sim vejo Deus; não um velho de barba em um trono, mas uma inteligência tão profunda que minha mente só pode se curvar – por isso que eu creio no Deus que fez os homens, não no deus que os homens inventaram; e esse Deus não precisa de templos, nem dogmas. Ele habita o silêncio entre os átomos, a luz que se curva no espaço, o tempo que pulsa na eternidade'. (escrito em itálico atribuído a Albert Einstein – se é real ou não...)

E,  como sempre digo – assim como o que li sobre o citado acima: quanto mais estudo, mais acredito em Deus (repito: no Deus Criador, na Mente Poderosa Criadora, e não no deus forjado pelos homens que – anos após anos, moldaram e deram ao povo o 'não saber', pois a bíblia em sua maioria textual é um livro forjado para domínio, culpa e medo; e nada de inspiração, porém – assim como em outros livros, há ensinamentos que aos longo dos anos os homens transportaram para dentro dela).

O QUE ENSINAM?

Sabemos que, por 'a mais b' que as religiões ensinam o que bem lhes interessam – e, por trás de tudo isso, existe interesse de domínio. O povo – em sua grande maioria – aceita porque não possui o conhecimento necessário (e pior: quando se ouve alguns falarem sobre – como eu e outros mais – apenas nos ignoram). E ainda acrescentam (como lhes ensinaram): mais um herege!

Tudo mostra um despreparo de alguns líderes, porque continuam a 'ensinar' de forma errônea, como 'que o deus mora nas alturas (e não dentro do próprio ser humano), que tem olhar em tudo e em todos, que determinada coisa / situação é pecado'... Então, a pergunta é bem simples, e principalmente aos que têm conhecimento de causa: conduzir um povo para o erro o fará 'perfeito diante do deus que pregam – e sabendo os porquês?' – pense sobre! 

- Teologia Sem Travas (02/08/2025)

- (Edição nº 42, Tabloide "ARAÇATUBA E REGIÃO", PDF, de 02/08/2025)


CEIA E DÍZIMO

Primeira coisa a se pensar - o que escrevo aqui não é brincadeira, muito menos 'zoação', por assim dizer, mas é a realidade que acontece em muitas igrejas 'evangélicas'. Digo o que já presenciei pelo fato de visitar muitas igrejas constantemente.

E sendo a pura expressão da verdade, os senhores e senhoras que frequentam e não estão ainda 'em comu-nhão' com a igreja, ou seja, não estão ainda sendo membros, mas dão as ofertas, mas não podem cear... preste atenção nestas linhas a seguir: abra os olhos!

Que fique claro que a questão aqui é de observação - cada um faz o que achar melhor, porém faço a minha parte de observador: 'alertar o máximo que puder'. Muitos frequentam, dão o dízimo (todos que me conhecem sabem que sou contra a maneira que as igrejas agem com o dízimo, pois no meu entendimento: dízimo - época da Lei, estamos na graça e o que receber de graça, de graça dai... é assim que vejo, assim que analiso e não mudo!) - se dão o dízimo... sinal que estão participando da igreja, logo deveriam 'sim' tomar a Ceia.

E o que acontece? Simplesmente não acontece: boa parte das igrejas não permite que estes 'irmãos / irmãs' que não são ainda membros 'efetivos' participem da Ceia.

E agora fica a pergunta:

ACEITAM O DÍZIMO, POR QUE NÃO PODEM ACEITAR QUE TOMEM A CEIA?

Vou a uma ponderação - antes de quaisquer cosias - eu sei que quem dá o dízimo, em sua grande maioria, dá porque querem - embora eu sei que há uma circular de uma determinada igreja aqui em Araçatuba / e em todo o lugar que ela tem as portas abertas que, se o obreiro não for contribuinte do dízimo, que coloque o seu cargo à disposição até final de julho, ou acerte o dízimo... já imaginou a que ponto a fé está chegando? Aliás, diga-se de passagem e bem dito: que muitas agem assim!

Eu sei que todas as igrejas têm gastos para manutenção, mas que todos trabalhem - desde o pastor até o obreiro, e que somem os gastos e tenham todos os mesmos valores a pagar (justo!).

Sabemos que não é assim que funciona - aliás, se for assim, com toda certeza, não dá lucro (e igreja, queira você aceitar ou não, tem CNPJ, logo: tem que gerar lucro, ou - trocando os vocábulos: tem que ter 'renda' para propagar a fé - criando outras portas abertas em nome de um Evangelho que não condiz com o que o Mestre deixou).

Às vezes me criticam sobre o que falo, ou escrevo, mas através das minhas andanças pelos caminhos que foram criados pelas igrejas, tenho conhecimento de causa. E falo sem medo algum de estar errado - logo, por capricho de bom senso, não cito o nome das denominações - mas cada uma sabe 'a carapuça' que lhe serve.

Então, prezado leitor - irmão / irmã, olhe atentamente para os dízimos e ofertas que você está oferecendo - e confira onde estão sendo usados - porque, você querendo ou não, como se diz 'vai ser cobrado de você' (ou não!). Se você dá o dízimo, tenha certeza que você merece a ceia - e não é troca, é respeito.

- Teologia Sem Travas (16/07/2025) 

(Edição nº 41, Tabloide "ARAÇATUBA E REGIÃO", PDF, de 19/07/2025)